Uma viagem pelos queijos da Serra da Mantiqueira
Série traz as iguarias da região que tem uma rota gastronômica deliciosa conhecida em todo o País
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 02 de agosto de 2024
Série traz as iguarias da região que tem uma rota gastronômica deliciosa conhecida em todo o País
Fábio Luporini/ Especial para a Folha
A Serra da Mantiqueira no pedaço que compreende o Sul de Minas Gerais está passando por uma revolução quase que silenciosa, ainda muito embrionária e com uma potencialidade enorme pela frente. É de lá onde estão saindo diversos queijos premiados pelo Brasil e até em concursos mundiais. De fato, são surpreendentes ao paladar. Tive a oportunidade de conhecer algumas dessas queijarias e dos produtores, que são verdadeiros artistas, ao passear pela Rota do Queijo. Quem nos levou nessa expedição foi o Filipe de Castro, mineirinho que mora em Londrina e trabalha com os queijos artesanais daquela região.
Esta coluna é a primeira de uma série que vai passear pelos principais queijos e queijarias da Serra da Mantiqueira. A primeira que visitamos e que inaugura esta série é o Rancho Maranata. À frente dele, Henrique Lamim, neto de produtor de leite, filho de queijeiro e que voltou às origens nos últimos anos para produzir queijos premiadíssimos no país. Durante a visita ao Rancho, localizado no município de Virgína, no Sul de Minas, pode-se observar a produção e a criação das vacas leiteiras.
E, claro, realizar uma degustação. O primeiro que degustamos foi o Maranata Jovem, um queijo que leva entre 14 a 30 dias de maturação. Isso confere um paladar mais suave, que normalmente agrada mais às mulheres. Em seguida, provamos o Maranata Capa Preta, com uma resina comestível que “protege” o queijo e, mesmo tendo dois meses de maturação, cerca de 60 dias, ainda conserva características mais leves ao paladar.
Em seguida, foi a vez do Maranata Bronze, que fica maturando durante 100 dias e começa a desenvolver um aroma mais marcante e forte. Eu, particularmente, gosto mais desses queijos mais maturados, ideais para harmonizar com vinhos mais encorpados. Se bem que os mais jovens também vão muito bem com vinhos mais leves. E, por fim, dessa mesma família de queijos, experimentamos o Maranata Ouro, com nove meses de maturação. Preciso dizer que esse foi o meu preferido?
Todos esses queijos são da família Mantiqueira, uma denominação específica dos queijos da região, tipo o Parmesão, o Gorgonzola e assim por diante. Afinal, a região tem se destacado na produção de queijos e, embora muitos deles tenham receitas trazidas pelos imigrantes italianos, sofreram modificações e adaptações e ganharam características próprias. Além desses, degustamos um queijo reserva, tipo suíço, e doces de leite tradicional e preparados com cumaru, uma castanha oriunda de uma árvore amazônica que confere um sabor inigualável à já iguaria mineira. Na próxima coluna, compartilharemos mais queijos. Mas, eu se fosse você já me preparava para poder viajar na expedição e degustar essas riquezas na prática. Não se arrependerá. Painel de participantes fechado