O hábito de provar um tiquinho do vinho na taça antes de servir aos convidados ainda é um costume encarado como “frescura” no Brasil. Tanto que há pouquíssimos desses profissionais nos restaurantes brasileiros, algo muito mais comum e corriqueiro em estabelecimentos na França, onde surgiu a profissão de sommelier. Entretanto, se a gente parar para pensar, é um ofício que surgiu como essencial e que poderia se manter assim, guardadas as devidas diferenças. Acredito, todavia, que este profissional se tornará cada vez mais requisitado, graças ao aumento do consumo de vinho por aqui.

Quando falo em sommelier, recordo imediatamente da minha grande amiga Stella Mariano. Referência em Londrina e região, sua formação foi em Milão, na Itália. Hoje trabalhando na Bravinno, ela já passou pela adega do Super Muffato, da Século e até da Bueno Wines. Só que nem sempre sommelier foi sinônimo de elegância. Na Idade Média, sommelier era a pessoa que conduzia animais de carga. Depois, era quem transportava as provisões durante as viagens reais. Até se tornar o oficial da corte que provava o vinho antes dos reis e rainhas.

Assim surgiu a função de provar o vinho antes de servi-lo. Não porque era algo elegante ou para ver se o vinho estava bom para consumo. Mas, sobretudo, para garantir que ele não estava envenenado e, dessa maneira, não matar o rei e a rainha. Ou seja, se estivesse, quem morreria era o sommelier, também conhecido como “échanson”. O sommelier, portanto, nasceu como uma espécie de mordomo do vinho. Somente no século XVIII é que essa função foi adotada nos restaurantes parisienses. Agora, para garantir a qualidade do rótulo.

No Brasil, todavia, a profissão só foi regulamentada em 2011. E faz uma diferença danada. É outra coisa provar o vinho com a ajuda de um sommelier. Tanto que a palavra tem se tornado sinônimo de quem entende do assunto. E, voltando à minha grande amiga Stella Mariano, ela realmente entende do assunto. Ao servir o vinho, a sommelier explica a origem, as notas que podem ser encontradas, o jeito correto de degustar, enfim, é uma verdadeira aula de História, técnica e elegância.

Em Londrina, existem outros grandes profissionais da área. E aqui incluo William Máximo e Keli Bergamo, ambos autoridades respeitadas no universo dos vinhos, cada qual com sua especialidade, especificidade e atividade. Ouso dizer que este trio é o grande responsável por contribuir para popularizar o consumo de vinho em Londrina. E digo mais: as histórias deles dão um livro, principalmente, quando se juntam! E não posso me esquecer, claro, da minha grande amiga Lucy Lombardi, responsável pela Adega do Angeloni, local que frequento semanalmente atrás dos descontos no aplicativo e através do qual pude experimentar diversos rótulos que eu não teria a oportunidade não fossem os descontos e a orientação da sommelier.

O fato é que Londrina está muito bem servida de vinhos e de profissionais que entendem do vinho!