Semana passada, no evento Lidere, da Acil, um rapaz que trabalhava em um estande servindo cafés, entregou-me o capuccino que pedi e perguntou se eu não era o “cara do vinho”. Fiquei surpreso que até ele já sabe dos vinhos que ando tomando por aí. E ele me contou que me viu pelo Instagram. O universo do vinho, de fato, é surpreendente. E une as pessoas. Mas, não é possível que, após tantos anos degustando rótulos, visitando vinícolas e experimentando variedades, eu até há pouco temo não conhecia a Rota do Vinho de São Roque (SP).

Que lugar maravilhoso! Semana passada, aqui na coluna, falamos da uva Lorena, uma variedade genuinamente brasileira, obtida por meio de combinação genética de outras uvas. Hoje, quero falar sobre outras experiências por lá, muito embora ainda não tenha conhecido nem metade do que é possível conhecer na região. Você já ouviu dizer sobre o “Vinho dos Mortos”? Pois bem, eu também não. Até conhecer a Quinta do Olivardo, um restaurante relativamente novo na Rota do Vinho.

A cozinha é portuguesa, portanto, todos os pratos são característicos de além-mar. Ali, os proprietários plantam uvas e têm recebido muitas visitas, inclusive de gente famosa. Até mesmo um quarto montado dentro de um antigo tonel de vinho serve de acomodação. Infelizmente, os três ou quatro que existem já estavam reservados quando fui pesquisar hospedagem por ali. Acabei me hospedando na Pousada do Edy, a poucos metros da Quinta do Olivardo.

E, na visita à vinícola, pude conhecer a linha de rótulos do Vinho dos Mortos, uma velha tradição importada de Portugal. Lá na terrinha, quando Napoleão invadiu o país, no início do século XIX, muitos produtores de vinho enterraram suas garrafas, a fim de evitar que os soldados invasores roubassem a produção. Quando a guerra acabou e os produtores de vinho desenterraram as garrafas, ficaram surpreendidos com o paladar. O vinho estava ainda mais gostoso.

O mesmo aconteceu com os vinhos da Quinta do Olivardo. Alguns rótulos passaram a ser enterrados em covas próprias para a prática. E diversos visitantes o fazem para retirar as garrafas alguns meses depois. Claro que, para quem não tem tempo ou possibilidade de voltar mais para frente, muitos rótulos são vendidos na adega e, assim como eu, há a oportunidade de comprar. De fato, os vinhos são deliciosos! Seja o chardonnay, o merlot ou o cabertnet sauvignon, todos ficam menos ácidos e mais elegantes no bouquet.

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