De maneira muito simples, mas, não simplória, o funghi secchi é um conjunto de cogumelos desidratados. Ou seja, secos. No Brasil, é possível encontrar ao menos duas versões: a italiana e a chilena. Não preciso nem dizer qual a mais conhecida, não é mesmo? A primeira, também conhecida como Poricini, é chamada de Boletus edulis, enquanto a segunda é a Boletus luteus. Entretanto, não é algo comum de se encontrar em Londrina. Há poucos lugares que oferecem o produto, muitas vezes bem caro. Por isso, na última passada pela Itália, fiz a loucura de trazer um pacote para casa.

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Eu estava indo visitar o Santuario de la Madonna dela Corona, em Spiazzi, próximo a Verona. A igreja foi esculpida nas rochas, na encosta do monte Baldo. Antes de encarar os mais de mil degraus até o templo (mais a volta), passei numa vendinha típica com vários produtos, desde vinhos a azeites. E lá estava o funghi secchi. Não pensei duas vezes e comprei, mesmo sem saber como eu traria para casa. O fato é que não pude desperdiçar a oportunidade. Um pacote com quase um quilo custou cerca de R$ 70.

No Brasil, é possível encontrar valores semelhantes, mais em conta e até mais caros. Uma rápida pesquisa na internet mostra 100g por R$ 9. Ou, até mesmo, 200g por R$ 126. Claro que a gente desconfia dos mais baratos porque nem sempre são preparados com o cogumelo correto. Afinal, é possível desidratar o cogumelo paris, o shitake, entre outros. Por isso não é totalmente confiável.

O funghi  secchi deve ser hidratado com água fervida por meia hora
O funghi secchi deve ser hidratado com água fervida por meia hora | Foto: Divulgação

Então, enrolei o pacote de funghi numa camiseta, coloquei na mala e trouxe. Chegando aqui, já preparei algumas receitinhas deliciosas para degustar. E o ingrediente já acabou também. Uma das receitas foi o pappardelle ao molho de gorgonzola com presunto parma crocante e funghi secchi. Nessa mesma pegada, preparei um risoto maravilhoso com os mesmos ingredientes. Além disso, um nhoque também caiu muito bem. Ou seja, basta trocar a massa, porque a mistura já está mais do que aprovada.

Para utilizar o funghi, é preciso hidratá-lo. Ferva água de modo que cubra a porção de funghi que você irá utilizar. Deixe mergulhado na água fervida durante meia hora. Depois, descarte a água (eu, no caso, reservei para poder regar o risoto com caldo de cogumelos) e repita o processo, agora deixando apenas por 15 minutos. Feito! É só utilizar a iguaria. Depois você me conte o que achou. Na Itália, eu indicaria um bom Brunello di Montalcino, um Barolo ou um Chiante para acompanhar. Aqui no Brasil esses rótulos são menos acessíveis, mas, continuam sendo uma excelente opção!