Um vinho extremamente aromático e refrescante. Ideal para apreciá-lo bem gelado na beira da piscina, num dia quente de muito calor. Alternativa também a alguns cardápios que levam peixes e frutos do mar. Vai muito bem com sashimi, por exemplo, além da variedade de sushis. De que uva estou falando? De uma genuinamente brasileira: a uva Lorena, uma híbrida obtida através da mistura e do melhoramento genético de duas variedades: Malvasia Bianca e Seyal, um processo que teve início em 1986 cujo resultado foi lançado oficialmente em 2001.

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Os pesquisadores da Embrapa perceberam que faltava no Sul do Brasil o cultivo de uma variedade que fosse resistente às pragas, tivesse alta produtividade e potencial enólogo. Apesar disso, o vinho produzido a partir dela é considerado de mesa, pelo fato dela não ser classificada como uva viti vinífera. Entretanto, suas características dizem o contrário. Tem notas de frutas brancas, como pera e pêssego, é um vinho pouco ácido e tem suavidade no paladar.

Em São Roque, cidade próxima a São Paulo, a uva se deu muito bem. Tanto na produção quanto na venda e no consumo. Boa parte das uvas utilizadas em São Roque vêm do Rio Grande do Sul, mas, também, grande parte delas é produzida nos vales da pequena cidade com forte influência da imigração italiana. E, entre essas variedades, a uva Lorena se deu super bem com o solo e com o clima, uma combinação perfeita para a produção de uma iguaria saborosa e muito refrescante.

Imagem ilustrativa da imagem Lorena, uma uva genuinamente brasileira
| Foto: Fábio Luporini/ Divulgação

A maioria das vinícolas de São Roque, quase que na totalidade casas familiares e com longa tradição, produzem pelo menos um vinho da uva Lorena. Claro que é um rótulo de entrada, para se apreciar não apenas no início de um bom jantar ou coquetel, mas, sobretudo, por quem está se iniciando no universo dos vinhos. Como muitos profissionais me disseram, é um vinho que parece água, não no sentido de que seja insípido, não tenha sabor, mas, no que diz respeito à facilidade e refrescância com que se toma e se aprecia.

Se vale a pena experimentar? Não só isso. Vale a pena ter umas boas garrafas guardadas em casa para o caso de receber amigos e familiares que ainda estão descobrindo o delicioso e saboroso mundo vinífero. Sabe aquelas pessoas que dizem que não são do vinho? Ou que gostam de vinho suave, doce? Então, a uva Lorena é ideal para infiltrar-se nesse público. Ah, e tem outra uva que tomei pela primeira vez em São Roque. Acho que devo falar um pouco dela na semana que vem. Até lá, dá tempo de degustar tanto uma quanto outra!

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A opinião do colunista não reflete, necessariamente a da Folha de Londrina.

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