Em plena quinta-feira à noite, a rua está movimentada. Na terça ou quarta, o “beco” fica um pouco mais vazio. Mas, quando chega sexta e sábado, é muita gente. E gente de todas as idades, de todas as tribos, de todos os gêneros. Quase que intransitável. Entretanto, o problema é outro. Grave. E que necessita resolução já! Morar pertinho do Bar do Japa é um verdadeiro rombo no cartão de crédito. Um assalto à conta bancária.

Não porque as coisas são caras. Ao contrário, os preços são muito justos, da cerveja aos uramakis. Mas, sim, porque a comida é boa demais. E faz a gente querer comer todo dia, praticamente. Basta atravessar a rua, fazer o pedido e em dez minutinhos a “marmita” está pronta pra gente levar para casa e tomar acompanhado de um bom vinho. Aliás, esse é um dos únicos ou poucos defeitos do Bar do Japa: não ter vinho no cardápio, “obrigando-me” a fazer o pedido e degustar em casa.

Um dos itens mais deliciosos que tem é a porção de uramaki com gergelim e salmão cru. O temaki Filadélfia também é uma delícia. Mas, uma das iguarias mais gostosas mesmo é o karaguê, bem crocante e com um toque especial de molho tarê. Acho que tem gengibre também, de modo bem suave, para dar um gostinho mais refrescante. Dizem que, quando o Elton Matsuda, o próprio Japa, colhe limão rosa no sítio, o pessoal faz uma das caipirinhas mais gostosas [e baratas] da cidade. Tem dias que a bebida sai apenas por R$ 10. Inclusive a de limão taiti.

Infelizmente eu não tenho motivos para não pedir um japa no Bar do Japa. É mais rápido que delivery, na grande maioria das vezes sai mais barato e é só atravessar a rua para buscar. Não precisa nem ficar esperando muito tempo de preparo. Não sei com você, mas, comigo, vez em quando dá aquela vontade de degustar uma boa comida japonesa com aquele bom vinho guardado esperando apenas uma companhia ideal. Então, brinco com o pessoal que de dia meu dinheiro fica na Padaria do Japa com os cafezinhos e pães de queijo, além dos salgados, doces e o inigualável brigadeiro da Cris. De noite, a grana fica no Bar do Japa, nas iguarias do cardápio e na caipirinha.

Fazer o que, não é mesmo? Sem contar que o cenário é bonito, o público é descolado e alternativo e a galera que trabalha é gente boníssima demais.