O paranaense não pode sentir um friozinho que já começa a procurar e caçar pelos supermercados o símbolo do Paraná: o pinhão. Genuinamente nossa, a semente da árvore que representa o estado, a Araucária, é uma iguaria muito apreciada na culinária. Principalmente nessa época do ano. É que a colheita do pinhão coincide com a chegada do inverno que, na prática, começa em 21 de junho. Entretanto, já é possível encontrar o pinhão por aí, seja nas gôndolas ou na beira da estrada, na rodovia que liga Londrina a Curitiba.

Para além das suas propriedades e vantagens nutricionais, o pinhão faz parte da cultura paranaense, de modo especial e particular, mais ao sul do estado. E traz às lembranças, memórias afetivas das mais queridas. Isso porque não é um alimento que pode ser cozido apenas em água. Além disso, é possível prepará-lo em calor seco, seja em brasa ou numa fogueira. Desse modo, o pinhão se torna um alimento forte e romântico, porque convida ao aconchego do entorno de uma fogueira, com uma boa taça de vinho à mão.

Mas, o que é possível preparar com o pinhão? Diversas receitas deliciosas. E, antes de tudo, não posso deixar passar o risoto que minha afilhada Bárbara Pinesso faz. Ela mistura um monte de legumes junto em um preparo cujo protagonista é o pinhão. Fica muito gostoso, além de rico em vitaminas e proteínas. Para harmonizar, eu sugiro uvas que variam entre malbec e cabernet saubignon, embora eu sempre prefira um vinho italiano.

Só que o pinhão pode ser versátil na cozinha. Tem gente que prepara com um arroz de forno maravilhoso, que mistura milho e outros ingredientes. Há quem prefira preparar quitutes, desde uma torta até um bolinho de pinhão. Nesse último caso, mesmo eu preferindo vinho, pode até ser que a iguaria combine bem com um bom chopp artesanal. Já vi por aí, até mesmo, escondidinho de carne com pinhão. Se preferir pode fazer de frango ou de tipos variados de carne, seja de boi, de porco ou de carneiro. Tenho pra mim que pode combinar bem.

A versatilidade é tanta que o pinhão pode ser um ingrediente até de prato doce. No caso, o arroz doce. Claro que, nesses casos, ele não é o ingrediente principal, mas, um toque especial na finalização. Depois que o arroz doce estiver pronto – e aí você pode fazer do jeito que quiser, que achar melhor ou que estiver acostumado –, basta salpicar o pinhão, que pode ir ao fogo anteriormente, ou acrescentar o pinhão em lascas. Polvilhar com canela e cravo dá o toque final. E está pronto para ser degustado como sobremesa!