Cesta de ovos: um poema de fina roupagem
E/ quem diria/ apesar de tudo/ neste velho mundo/ ovo pode ué/ virar até/ poesia
PUBLICAÇÃO
sábado, 14 de dezembro de 2024
E/ quem diria/ apesar de tudo/ neste velho mundo/ ovo pode ué/ virar até/ poesia
Domingos Pellegrini

ave
ovo amigo
maldito até proscrito
mas eis de volta
de novo
vivo
*
você
é o mesmo
que nosso quaquavô
quebrou com pedra
na caverna pra
comer
cru
*
ovo
cada qual
com sua clara
e sua gema igual
no céu as
nuvens
e sol
*
ovo
sempre em
fina roupagem
embalagem perfeita
pra viagem até
o prato
né
*
Ovo
velhovo
sempre renovado
da primeira gemada até
o próximo omelete
ovo estrelado
cozido
etc
*
Ovo
sempre
continue aqui
no café da manhã e
também apareça
pro almoço
novovo
ué
*
E
ovo
hoje tem até
quem sem tirar nem por
te bebe em copo
como Rocky
Lutador
*
Ovo
também
há que lembrar
descobriram agora
você melhora
a memória
ora
*
E
quem diria
apesar de tudo
neste velho mundo
ovo pode ué
virar até
poesia

