Enquanto 572 homens receberam o Prêmio Nobel em física, química ou medicina, apenas 17 mulheres conquistaram o mesmo feito. Hoje, somente 28% dos pesquisadores de todo o mundo são mulheres. Esses são os dados da publicação Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), de 2018, realizado pela Unesco.

O documento tem o intuito de entender os fatores que levam a essa situação e então reverter a tendência de sub-representação feminina. Entre a população estudantil mundial, apenas 30% das mulheres escolheram campos de estudo relacionados à STEM. As matrículas são particularmente baixas em tecnologia da informação e comunicação (3%), ciências naturais, matemática e estatísticas (5%) e engenharia, produção industrial e construção (8%).

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Na UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), campus Londrina, os homens são maioria (70%) nos cinco cursos de engenharia. A disparidade maior está na engenharia mecânica: 91% contra 9%, a menor diferença está na engenharia ambiental, com 48% de mulheres.

Para identificar os fatores de disparidade, o documento da Unesco apontou que, enquanto as funções biológicas não interferem nas habilidades acadêmicas, o âmbito psicológico, familiar, escolar e social influenciam no envolvimento de mulheres nas áreas citadas.

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A proposta é mudar a realidade em cada aspecto, como estimular o interesse desde a infância, combater estereótipos, formar docentes encorajadores, desenvolver currículos sensíveis às questões de gênero, promover tutoria de meninas e transformar mentalidades. A organização considera a educação e igualdade de gênero categorias fundamentais para se atingir a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, aprovada em 2015 pela Assembleia das Nações Unidas.
(L.T.)