No Parque Ouro Branco, zona sul de Londrina, a moradora Maria Regina acompanhou a construção da UBS (Unidade Básica de Saúde) Dr. Luiza Carlos Jeolás, em frente à sua residência, no ano de 1985. Depois da inauguração, Regina conta que o local só recebeu reparos, como a pintura feita em abril deste ano, quando a unidade passou a funcionar exclusivamente para vacinação contra a Covid-19.

“Só mudou a cara da fachada e da recepção. Esse posto merece mesmo uma boa reforma. Antes de ser exclusiva para vacinação, eu usava o serviço de consultas e exames e lembro bem das infiltrações no teto. Quando chovia, molhava quase tudo lá dentro”, comentou.

Imagem ilustrativa da imagem UBSs Parigot de Souza, Ouro Branco e Padovani entram no ‘pacote’ de reformas
| Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

A dona de casa Zilma de Oliveira também espera há anos por uma reforma na unidade e sugere a instalação de bancos de concreto na área externa. “Com a mudança no atendimento, os bancos não são tão necessários porque é tudo com agendamento, mas no funcionamento normal a gente via muitos idosos aguardando em pé. Ter mais bancos aqui na frente para as pessoas descansarem enquanto esperam o atendimento, é uma ótima ideia”, disse.

A espera de Regina e Oliveira, assim como de outros moradores de, pelo menos, 15 bairros da área de abrangência da UBS, pode estar com os dias contados. Na última semana, a Prefeitura de Londrina anunciou a liberação de R$ 6,5 milhões em recursos para a reforma de unidades de saúde e a retomada da construção da UBS Vila Fraternidade, na zona leste da cidade.

15 UNIDADES

Ao todo, o pacote de melhorias estruturais envolve 15 UBSs. A FOLHA vem acompanhando as obras na rede de saúde do município e lembra que nove delas (Aquiles Stenghel, Armindo Guazzi, Cafezal, Guaravera, Lindóia, Irerê, Bandeirantes, Chefe Newton e Vila Ricardo) já haviam passado por processo licitatório, mas os serviços não saíram do papel. Outras três (Vivi Xavier, Vila Brasil e Lerroville) já foram licitadas e a ordem de serviço deve ser assinada em breve.

O contrato entre a Prefeitura e a empresa que venceu o certame para reformar 13 unidades básicas, foi rescindido e agora será lançado um novo edital nos próximos dias para que empresas interessadas possam apresentar propostas. Segundo o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, a empresa que havia vencido a licitação decretou falência.

CHEFE NEWTON

Maria Lúcia de Araújo Honório, que mora em frente à UBS Chefe Newton (zona norte), conta que a estrutura está comprometida. "É que agora virou atendimento exclusivo para síndromes respiratórios, mas quando eu frequentava o serviço para tomar vacina ou fazer uma ou outra consulta, lembro que o teto estava com muitas rachaduras. Dava medo daquilo desabar", disse.

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ORDEM DE SERVIÇO

As UBSs do distrito de Lerroville (zona sul), Vivi Xavier (zona norte) e Vila Brasil (região central) estão com as obras paradas com o rompimento de contrato entre a prefeitura e a empresa vencedora da licitação. A quebra de contrato das três unidades se deu pelo atraso no cronograma de serviço, mas de acordo com Machado as novas ordens de serviço deverão ser assinadas em breve. No certame lançado há algumas semanas, houve seis propostas comerciais que estão sendo analisadas pela Prefeitura neste momento. Os investimentos na reforma destas três unidades são de R$ 1,7 milhão.

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VILA FRATERNIDADE

A novidade então, dentro do pacote de reformas são as UBSs do Parigot de Souza e Padovani, na zona norte, e Ouro Branco, na zona sul. Em relação à retomada da construção da UBS Vila Fraternidade, Machado diz que o processo também deve avançar nos próximos dias com uma nova licitação. “Estamos só aguardando o aval do Estado para dar o ok na licitação. As outras 12, estamos retomando as planilhas de atualização para licitar nos próximos dias”, comentou.

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PLANILHA DEFASADA

O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, explicou o porquê da reforma das nove unidades de saúde, que estava no planejamento anunciado no ano passado, não ter avançado. “Quando a gente foi dar a ordem de serviço, a empresa faliu. Outro motivo da decisão em não fazer outra licitação na sequência foi pela pandemia. Nós chegamos a chamar as segundas colocadas (na licitação), mas há uma alteração muito grande em relação ao custo dos materiais. A planilha já estava defasada e não daria para republicar uma licitação naqueles mesmos moldes porque ela ia dar deserta. A gente aguardou ter o cenário certo para retomar o serviço”, afirmou.

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Fazem parte da revitalização desses prédios públicos a reforma das estruturas físicas, elétricas e hidráulicas. Devem ser trocados os pisos internos e externos, assim como telhado; substituídos os vidros, janelas e portas que estiverem quebrados, feita a pintura das paredes, revisão e recuperação das esquadrias metálicas e outras melhorias que se façam necessárias. As unidades de saúde também receberão novos mobiliários.

TRANSFERÊNCIA DOS ATENDIMENTOS

Sobre a transferência dos atendimentos durante as obras de reformas, o secretário disse que as equipes técnicas já estão realizando o planejamento para escolher os locais que abrigarão, temporariamente, os serviços das unidades.

“A intenção é sempre manter a estrutura de atendimento no mesmo território, em um local que reúna condições adequadas para que as pessoas não precisem se deslocar a outras regiões. Enquanto acontece o processo de licitação já teremos essas definições. Além das reformas estruturais nas UBSs, continuaremos a recomposição do quadro de servidores e colaboradores, incluindo equipes médicas e diferentes categorias de atuação. Estamos estudando a realização de um concurso público para o próximo ano”.

O projeto de reestruturação da saúde pública municipal de Londrina surgiu em 2017 e das 54 unidades existentes, 36 já passaram por reforma completa. (Com N.Com)

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