Ibiporã - Famílias com entes enterrados no cemitério São Lucas, em Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina), estão contabilizando os prejuízos em razão das chuvas. Um temporal no final da tarde da última sexta-feira (15) deixou um rastro de destruição no lugar, principalmente perto da “ala nova”, que foi uma das últimas a serem construídas.

Túmulos destruídos ficam perto da ala nova
Túmulos destruídos ficam perto da ala nova | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Os fortes ventos derrubaram placas de mármore e granito com a identificação e dados das pessoas sepultadas, se partindo e danificando os próprios jazigos, em razão do peso das estruturas. Fragmentos de pedras também estão espalhados ao lado dos túmulos e até pelos corredores. Duas árvores grande caíram, no entanto, não atingiram as sepulturas.

“O tempo fechou de repente. Vi um ‘canudo’ branco, como se fosse um redemoinho, passando por uma faixa de 30 a 40 metros, quebrando as lápides. Fizemos um levantamento preliminar que indica de 40 a 50 túmulos com algum dano”, relatou Marcelo André Aguilera, diretor do cemitério municipal.

O município divulgou a intercorrência nas redes sociais e tem entrado em contato com as aqueles que têm o número de telefone atualizado junto ao sistema. O problema acontece a poucas semanas do Dia de Finados, em dois de novembro. As pessoas podem realizar melhorias até 28 de outubro. “Foi um desastre natural, algo que não tem como prever e muito rápido. Infelizmente, muitos não vão conseguir repor até o Finados, no entanto, dá tempo de dar uma ajeitada”, destacou.

Morador da cidade, o aposentado José Antônio foi até o cemitério São Lucas neste início de semana para conferir se os jazigos dos parentes também foram atingidos. Ele ficou sabendo do transtorno por meio das redes sociais. “Tenho pais, filhos, primos e tios enterrados aqui. Ainda bem que não aconteceu nada onde estão. Agora estou mais tranquilo. Nunca tinha visto tanto estrago”, afirmou.

Imagem ilustrativa da imagem Túmulos do cemitério de Ibiporã ficam danificados após temporal
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Aguilera disse que a equipe que atua no local ainda não promoveu toda a limpeza para preservar as placas em que ainda é possível visualizar os dados dos falecidos. “Arcar com os reparos não conseguimos, porque a lápide é de responsabilidade das famílias. Mas estamos à disposição para ajudar no que está ao nosso alcance.”

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AMPLIAÇÃO

Outro cenário que chama a atenção é o grande número de sepulturas que estão sem placas de identificação, alças e até as portas de vedação. Nestes casos, as peças de bronze ou cobre foram furtadas. A prefeitura colocou há cerca de quatro meses dois seguranças para rondas durante a noite e madrugada. “Isto amenizou 99% o problema. Não temos tido mais registros de furtos”, garantiu o diretor.

Uma mesa foi colocada na entrada do cemitério com algumas placas recuperadas nas últimas semanas, de situações em que os criminosos deixaram os materiais no mato ou perto de jazigos para pegar depois. A promessa do poder público municipal é que uma licitação será lançada até o final do ano para a reconstrução do muro dos fundos do cemitério e aumento do restante da estrutura, alcançando aproximadamente quatro metros. Serão instaladas concertinas e iluminação.

Nesta mesma reforma, o cemitério ganhará mais de mil túmulos, que serão construídos atrás e ao lado das capelas mortuárias, aumentando a extensão do lugar até as margens da BR-369. “A maioria da população tem jazigo próprio e também têm os túmulos da prefeitura, em que o corpo pode ficar três anos. Entretanto, a cidade está crescendo e precisamos nos preparar”, justificou.

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