A PF (Polícia Federal) deflagou nesta terça-feira (5), a Operação “Parasitas” contra um grupo criminoso que atua no contrabando de cigarros e lavagem de dinheiro na região de Londrina. Foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão, bloqueio de bens e três mandados de prisão.

Foram presas duas pessoas apontadas pela PF como líderes do grupo. Uma prisão ocorreu em um condomínio de luxo em Cambé (Região Metropolitana de Londrina) e outra em Toledo (Oeste). Um terceiro suspeito que reside na região de Londrina está foragido.

A investigação teve início há cerca de um ano e meio e envolve dez pessoas no núcleo principal da quadrilha. Os mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em Maringá (Noroeste), Guaíra (Oeste) e em Agudos (São Paulo), na ação que envolveu 80 policiais.

“Outras pessoas que também sofreram buscas atuariam de forma paralela, emprestando seus dados bancários para que os recursos fossem transferidos, ou seja, não atuavam diretamente no contrabando de cigarros”, afirma o delegado chefe da Polícia Federal em Londrina, Joel Cicotti.

DOCUMENTOS, DINHEIRO E VEÍCULOS

Na residência de um dos suspeitos, em Cambé, foram apreendidos documentos, a quantia de R$ 45 mil em dinheiro, além de veículos. Também foram encontrados cheques no valor total de R$ 115 mil. Ele é apontado pela PF como sendo um dos líderes do grupo.

Em outros endereços residenciais, a PF encontrou mais veículos e nas empresas constituídas pelos criminosos foram apreendidos diversos caminhões “que já estavam inclusive na segunda fase da lavagem de capitais, que é justamente empregar o dinheiro que foi lavado em atividade lícita. Os caminhões inicialmente foram utilizados no transporte de cigarros, mas agora estavam sendo utilizados para o transporte de cargas lícitas”, diz.

A aquisição de bens do grupo criminoso soma R$ 15 milhões e a movimentação total de recursos ainda será avaliada pela PF, com base nos documentos apreendidos. “Os recursos eram movimentados na conta de um e de outro, depois retornavam na forma de bens adquiridos, que na sequência eram vendidos”, explica.

Os suspeitos tiveram a prisão preventiva decretada e agora estão à disposição da Justiça Federal de Curitiba. Eles irão responder pelos crimes de associação criminosa, contrabando e lavagem de dinheiro, podendo chegar a 18 anos de reclusão.

Delegado Joel Cicotti, da PF:  "Registros, normalmente são feitos em nome de laranjas, de empresas de fachadas, justamente para evitar que as autoridades possam alcançar esses recursos”
Delegado Joel Cicotti, da PF: "Registros, normalmente são feitos em nome de laranjas, de empresas de fachadas, justamente para evitar que as autoridades possam alcançar esses recursos” | Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

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COMO AGIAM

De acordo com a PF, o grupo buscava os cigarros no Paraguai e os distribuíam para clientes em várias regiões do Paraná e São Paulo. O lucro era utilizado na aquisição de bens como carros, Jet Ski, moto, caminhões e imóveis.

“Esses registros, normalmente são feitos em nome de laranjas, de empresas de fachadas, justamente para evitar que as autoridades possam alcançar esses recursos”, diz o delegado, destacando que alguns integrantes já haviam sido presos tanto no Paraná quanto em São Paulo, com carteiras de cigarro.

Imagem ilustrativa da imagem Suspeito de liderar quadrilha é preso pela PF em condomínio de Cambé
| Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

“Muitas vezes, quando as pessoas são presas em flagrantes, elas conseguem benefícios como uma liberdade provisória e, infelizmente, acabam retornando para o crime. Elas certamente vão responder ainda por aqueles crimes, mas a investigação que estamos levando agora é da lavagem de dinheiro que foi obtido com esse contrabando realizado anteriormente”, completa.

O contrabando de cigarros, além de causar danos ao Erário, também é gerador de uma série de consequências nocivas à sociedade, com reflexos diretos e graves na saúde pública.

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