Imagem ilustrativa da imagem Salas vazias no retorno dos colégios estaduais em Londrina
| Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

O retorno das aulas em modelo híbrido (presencial e on-line) na rede estadual do Paraná na região de Londrina começou nesta segunda-feira (24), mas nem todas as escolas receberam alunos. Em Londrina, o NRE (Núcleo Regional de Educação) registrou, pela manhã, um total de 44 escolas que apresentaram protocolos de retorno. As atividades presenciais estavam suspensas devido à pandemia de coronavírus.

"Ainda não temos o balanço de números de alunos que foram às escolas, mas a nossa orientação aos diretores é que as escolas abram somente para os estudantes que estão 'à margem'. Nesta manhã, nas escolas que visitamos estava tudo bem tranquilo", disse a chefe do NRE de Londrina, professora Jéssica Elizabeth Gonçalves Pieri, acrescentando que das dez escolas acompanhadas pela manhã, a presença variou de dois a cinco alunos em cada.

O Núcleo abrange 123 unidades escolares em 19 municípios, incluindo Londrina e, segundo Pieri, aproximadamente 85 estavam com retorno programado. A expectativa da Seed (Secretaria Estadual de Educação) é de que 40 mil estudantes de 29 NREs, que englobam 174 municípios, voltem para a sala de aula nesta data.

"Esse retorno gradativo é para garantir direitos básicos aos alunos. A grande parte da população está trabalhando e muitos pais necessitam dessa prestação de serviço do Estado. As escolas sempre estiveram abertas. Precisamos avançar para garantir a todos a igualdade de direitos e quero crer que neste momento tão difícil a união entre todos possa acolher esse aluno. Consigo compreender que muitos trabalhadores ainda não tomaram a vacina, mas peço calma. Nós temos um protocolo de biossegurança e cada escola tem uma comissão com o objetivo de zelar pela segurança dentro do ambiente escolar", diz Pieri.

Ainda de acordo com a chefe do NRE, as escolas que não apresentaram protocolo de retorno "é porque a grande maioria dos professores é do grupo de risco. Mas também temos que lembrar que a opção de enviar os filhos ou não é das famílias. Precisamos respeitar a decisão de cada um", afirma.

LEIA TAMBÉM:

- Decreto que suspende aulas presenciais em Londrina será prorrogado

- Alunos retornam às salas de aula em Cambé nesta terça (18)

VICENTE RIJO

No Colégio Estadual Vicente Rijo (região central), um dos maiores de Londrina, a direção disse ter recebido somente dois alunos no 7º ano do ensino fundamental nesta manhã. "Nossa expectativa era receber até cinco. Não vamos chamar nenhum aluno além do que podemos. Temos um total de 1.100 estudantes matriculados, mas abrimos apenas para aqueles que não têm acesso às tecnologias para estudar de casa. Nosso retorno será gradativo até porque muitos dos nossos professores são do grupo de risco", comentou a diretora Maria Beatriz B. Martinez.

APLICAÇÃO

No Colégio de Aplicação da UEL (Universidade Estadual de Londrina), também na região central, nenhum aluno esteve em sala de aula pela manhã. A diretora Tania Fernandes conta que um comunicado sobre a decisão pelo não retorno presencial foi entregue ao NRE, professores e pais de alunos no fim de semana.

Imagem ilustrativa da imagem Salas vazias no retorno dos colégios estaduais em Londrina
| Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

Ela explica que a escola realizou uma série de reuniões com a comunidade escolar e manteve contato com os pais nos últimos dias. "A Seed nos informou que o retorno híbrido poderia depender do desejo da direção e professores e seria somente para atender alunos em vulnerabilidade de acesso às tecnologias", explicou a diretora. "Em nossa escola, 92% do corpo docente são contrários ao retorno neste momento, pela elevação de casos de Covid na cidade e a não vacinação. Em primeiro lugar, estamos colocando a preservação da vida. Para isso, estamos fazendo o empréstimo de tablets para nossos alunos com a ajuda da própria Seed, considerando também que a maioria dos pais se mostra contrária ao retorno agora. Em nossas consultas, cerca de 10% pediram o ensino presencial", comenta. No modelo híbrido, o Colégio de Aplicação poderia atender apenas uma turma por período, com no máximo 10 alunos.

WILLIE DAVIDS

Ainda pelo centro, no Colégio Estadual Dr. Willie Davids, na Vila Casoni, seis alunos foram convocados pela direção, mas apenas quatro compareceram. "Nosso objetivo é atender pedagogicamente os alunos especiais, que têm dificuldade de aprendizagem, conforme orientação do NRE. Temos que ter cautela, seguir todos os protocolos de segurança e, portanto, priorizamos neste primeiro momento a turma do 1º ano do ensino médio. Somente os professores desta turma é que vieram para a escola também. Os demais estão em aula remota", afirma.

Imagem ilustrativa da imagem Salas vazias no retorno dos colégios estaduais em Londrina
| Foto: Divulgação/Colégio Estadual Thiago Terra

THIAGO TERRA

Na zona sul, o Colégio Estadual Thiago Terra, no jardim União da Vitória I, a direção também falou sobre um retorno com poucos estudantes. "Começamos a selecionar alunos na semana passada. Podemos atender duas turmas de manhã e duas à tarde, com no máximo cinco alunos cada. Hoje de manhã, só vieram dois e na outra turma, foram três.Não retornarmos o ensino híbrido, apenas chamamos os alunos prioritários. É um teste. Tenho professores que vão aderir à greve e vamos ter que nos reorganizar quanto a isso", ressalta a diretora Adriana Borges de Moraes. A escola tem hoje, 560 alunos matriculados nas turmas do ensino fundamental e médio.

COVID-19

De acordo com o governo estadual, desde o dia 10 de maio até sexta-feira (21), aproximadamente 24 mil estudantes (com autorização dos pais ou responsáveis) e 12 mil profissionais da Educação – excluindo aqueles de grupos de risco – voltaram às 200 unidades escolares abertas para o modelo presencial. Nessas duas semanas, houve 15 turmas com atividades suspensas e quatro colégios fechados. Também foram reportados 38 casos positivos em alunos, 32 casos em professores e 25 casos em funcionários. (Com AEN)

Receba nossas notícias direto no seu celular. Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.