Imagem ilustrativa da imagem Alunos retornam às salas de aula em Cambé nesta terça (18)
| Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

Cambé - A animação em voltar para a sala de aula foi cercada também de muita responsabilidade para o estudante do 5º ano, Wesley da Silva Ramos, da Escola Municipal Professora Maria Rosa Trevisan, em Cambé (Região Metropolitana de Londrina). “Faço tudo certinho, até porque minha mãe pega bastante no meu pé. Voltar para a escola foi diferente por causa da Covid, em relação aos cuidados com a saúde, mas eu estava com muitas saudades dos colegas e até do sinal de entrada e saída. Na escola eu aprendo melhor”, contou.

O estudante está entre os 3.800 alunos que voltaram às salas de aula nesta terça-feira (18). A retomada das atividades presenciais na rede municipal de educação acontece no modelo híbrido, com parte dos estudantes em sala de aula, escalonados em dois grupos a cada semana, e outra no ensino remoto. “É um planejamento que estamos traçando desde janeiro, baseado na consulta com os pais ou responsáveis pelos alunos. Das sete mil famílias consultadas via internet, 54% pediram o retorno das aulas nas escolas. Dessa forma, outros 46% continuam em casa, no ensino remoto”, explica a secretária municipal de Educação, Estela Camata.

Na modalidade presencial, os alunos da educação infantil (crianças com 5 anos) e do ensino fundamental 1 (do 1º ao 5º ano) irão às escolas de terça a sexta-feira. Nas segundas, as unidades escolares passarão por uma completa higienização e também será feita a entrega dos materiais aos pais de alunos que estão no ensino remoto.

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SEGUNDA EXPERIÊNCIA

Cambé conta atualmente com cerca de 10 mil alunos na rede municipal, divididos em 44 unidades escolares. Deste total, 43 escolas recepcionaram os alunos nesta manhã. Apenas uma unidade, que atende crianças de 0 a 3 anos, permaneceu com as portas fechadas.

Em fevereiro, o município teve a primeira experiência com o modelo híbrido de ensino, porém, em apenas quatro dias. Camata lembra que no dia 23 de fevereiro quase 52% dos sete mil alunos retornaram para as salas de aula, mas um novo decreto estadual que entrou em vigor no dia 27 levou à suspensão das aulas.

“As crianças estão dando exemplos para os maiores em relação ao uso de máscara, higiene das mãos e distanciamento. Já passamos de um ano de pandemia. Acreditamos na capacidade dos professores, na ciência, na consciência dos pais, responsáveis e alunos. Não queremos inventar a roda, mas preservar o sistema de ensino. Vivemos um dia após o outro. Se amanhã o cenário piorar, voltamos a suspender as aulas. O que não podemos é ficar esperando o momento ideal para todos, que seria com todo mundo vacinado”, ressaltou o prefeito Conrado Scheller (DEM).

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CORDÃO DE ISOLAMENTO

A diretora da escola, Thais Acorsi Sandoli, explica que foi montado um cordão de isolamento na entrada para evitar aglomeração e respeitar as marcações de distanciamento. “Os alunos passam por aferição da temperatura, tapetes sanitizantes, higienização com álcool em gel e são direcionados para as salas de aula. Os profissionais utilizam viseiras e há máscaras disponíveis para todos”, afirma. Na hora do lanche, os alunos retiram a merenda na cantina para a refeição em sala de aula.

Os insumos foram adquiridos pela prefeitura municipal em parceria com o governo de Estado e, segundo a secretária de Educação, novas licitações serão abertas quando necessárias para aquisição de novos materiais de proteção.

Na Escola Maria Rosa Trevisan, onde estudam 460 alunos, a direção aguardava a presença de 50 estudantes neste primeiro dia de volta às aulas presenciais, porém, somente 36 compareceram. “Algumas pais resolveram manter os filhos em casa por conta de um quadro de coriza, uma tosse. Nossa orientação é justamente essa. Diante de qualquer sintoma, a criança deve permanecer em casa até a sua melhora completa”, diz.

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IMUNIZAÇÃO

O prefeito de Cambé disse que a imunização dos profissionais de educação contra Covid começou no sábado (15), com aplicação de 276 doses. “A vacinação acaba ocorrendo de forma sincronizada com o retorno das aulas”, diz. A estimativa do município é de que 1.300 trabalhadores da educação sejam vacinados dentro da faixa etária de 50 a 59 anos.

O cadastro para profissionais da Educação e da Assistência Social continua aberto e está disponível aqui. Seguindo a determinação do governo do Estado, neste primeiro momento estão sendo vacinados os profissionais vinculados a creches/CMEIs, pré-escolas, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Ensino Profissionalizante (técnico, tecnólogo ou livre) e EJA (Educação para Jovens e Adultos).

LONDRINA

Em Londrina, as aulas estão suspensas por decreto até o dia 31 de maio. Por nota, o núcleo de comunicação da Prefeitura informou que “ainda não foi citada na ação” do Ministério Público, divulgada ontem sobre a obrigação do retorno das aulas presenciais nas escolas da rede pública da cidade, “e que aguarda a decisão judicial. Ressaltamos que as escolas municipais estão preparadas para o retorno seguro das aulas, assim que as condições epidemiológicas permitirem.”

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