Cambé - Com sistema híbrido e escalonamento semanal, a Prefeitura de Cambé (Região Metropolitana de Londrina) decidiu pelo retorno às aulas presenciais, a partir desta terça-feira (23), para os alunos dos ensinos Infantil 5 e Fundamental 1 (do 1º ao 5º ano), da rede municipal. Ao todo, são sete mil alunos matriculados nessas etapas, mas a escolha pelo retorno foi feita por 52% dos pais e responsáveis, levando aproximadamente 3.700 alunos às 44 unidades de ensino do município.

Imagem ilustrativa da imagem Cambé retoma aulas presenciais na rede municipal a partir desta terça-feira
| Foto: Lais Taine - Grupo Folha

As aulas presenciais serão divididas entre aqueles que optaram pelo sistema híbrido, com rodízio semanal dos alunos. “Hoje, com o número de alunos que vamos receber no presencial, nós temos condições de oferecer quatro dias presenciais: uma semana vem um grupo e na outra semana vem outro. Se o número aumentar, vamos ter que diminuir os dias presenciais, porque a regra é manter o distanciamento, não podemos ter todos os alunos no presencial de uma só vez”, afirma a secretária municipal de Educação, Estela Camata.

Cada unidade deverá obedecer a um número máximo de alunos por sala a depender do tamanho da estrutura. “Em algumas unidades, o limite máximo é de seis alunos, em outras vai ser quatro, porque depende muito da estrutura, mas não vai ultrapassar o limite de oito alunos por turma”, explica a secretária. Não haverá aulas presenciais às segundas-feiras, quando as unidades passarão pelo processo de higienização para a troca de grupos de alunos.

Imagem ilustrativa da imagem Cambé retoma aulas presenciais na rede municipal a partir desta terça-feira
| Foto: Lais Taine - Grupo Folha

PAIS NÃO PODERÃO ENTRAR

Para receber as crianças, a secretaria equipou as unidades e adotou novo sistema de ressocialização entre as crianças. Os pais não poderão adentrar às escolas, um profissional vai receber cada aluno no portão. Na entrada, foram colocados tapetes sanitizantes e totem com álcool em gel. Cartazes educativos sobre como proceder diante da Covid-19 foram espalhados. Também foram aplicadas marcações no chão para as filas, em torno das carteiras para delimitar o espaço, na área de atividades externas, nos bebedouros e banheiros.

Todas as crianças "passarão" pelo termômetro diariamente. Não terão o intervalo no refeitório, mas vão receber os lanches dentro da sala de aula, em suas carteiras, e deverão trocar de máscara após a alimentação. Cada aluno vai receber seu kit de materiais individuais. Os materiais e brinquedos coletivos não laváveis foram tirados de circulação.

Confira o vídeo da Prefeitura com a explicação:


Para o prefeito Conrado Scheller, o modelo encontrado segue os parâmetros que a OMS (Organização Mundial de Saúde) e o Ministério da Saúde preconizam e surgiu com base em análises técnicas. “Não existe um formato ideal, não existe um gabarito para copiar, nem mesmo na medicina isso existe. Foi um debate profundo, a gente não decidiu ontem que vai ter aula hoje, nós estamos desde o ano passado pensando e esse foi o melhor formato que encontramos com técnicos e especialistas, analisando o que acontece no mundo”, argumenta.

Imagem ilustrativa da imagem Cambé retoma aulas presenciais na rede municipal a partir desta terça-feira
| Foto: Laís Taine - Grupo Folha

Sobre a decisão do retorno, o prefeito aponta a pesquisa em que 52% dos pais ou responsáveis concordaram com a volta das aulas presenciais e rebate às críticas sobre liberar os alunos agora em vez de esperar a vacina. “A vacina não está chegando para todo mundo. Nós teríamos que admitir que se fôssemos esperar a vacina, teríamos que ficar mais oito meses sem aula e perderíamos mais um ano letivo, porque já estamos em março”, explica. “Se a sociedade optar por ficar mais um ano sem aula o prefeito não vai se indispor, porque eu vou com a maioria”, acrescenta. Entre os pais consultados, 1.200 não se manisfestaram. A secretaria municipal de Educação pede para que eles entrem em contato com a escola com as suas decisões.

TERMO DE RESPONSABILIDADE

O prefeito afirma que as equipes estão preparadas para identificar sintomas, mas conta com os pais para que monitorem seus filhos em casa. Para isso, a prefeitura enviou termo de responsabilidade que deve ser assinado pelos pais, o que gerou discussão. “Muitos pais pensaram que o termo é igual aquele de cirurgia: “tudo pode acontecer”, mas não é isso. Esse termo é para que o pai, se tiver notado um sintoma no filho, se teve contato com alguém que positivou na semana, que segure essa criança em casa, que o pai tenha essa responsabilidade monitorar seu filho em casa”, afirma.

Segundo Scheller, as equipes vão mapear os casos para que haja aumento de atenção quando houver uma criança com sintomas ou positivada para que não haja um surto. “O mais importante é preservar a vida dos alunos e dos professores, então, a gente está tentando encontrar caminho que a gente possa preservar a vida”, defende.