Imagem ilustrativa da imagem Revitalização do Bosque de Londrina prevê erradicação de 95 árvores
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

A revitalização do Bosque Municipal Marechal Cândido Rondon, no centro de Londrina, começou em fevereiro e a previsão em contrato é que dure até julho, se não houver prorrogação de prazo. Uma das etapas que contempla as melhorias do espaço é a erradicação de parte das árvores, serviço que é de responsabilidade do município. Dados obtidos pela FOLHA, por meio da Lei de Acesso à Informação, apontam que o bosque tem, pelo menos, 964 árvores, de cerca de 65 espécies.

O levantamento que indicou estes números foi feito em 2019 pelo Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina) para subsidiar o projeto arquitetônico do local, confeccionado pelo órgão. A proposta com a obra é que os caminhos históricos do bosque nas partes norte e sul sejam reabertos, seguindo a diretriz do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural.

Para que isso seja feito, deverão ser erradicadas 95 árvores, sendo 48 de espécies nativas da flora brasileira, 36 exóticas e 11 condenadas, além de um toco, de acordo com a Sema (Secretaria municipal de Ambiente). A pasta também informou que esta quantidade pode ser alterarada até a finalização dos trabalhos. Levando em conta os dados atuais que estão à disposição, serão preservadas 869 árvores, o que representa 90% do total contabilizado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano.

“Observamos que uma das intenções do projeto é melhorar a segurança, através da permeabilidade visual, para tornar o bosque mais atrativo ao uso, circulação e garantir vitalidade. Além disso, algum rareamento da vegetação contribui para melhorar a insolação interna e a salubridade do local, inclusive, contribuindo para o problema da concentração de pombos e odor”, justificou o Ippul na resposta encaminhada à reportagem.

Diretor de Áreas Verdes da Sema, Gerson Galdino afirmou que do ponto de vista ambiental a ideia é preservar o maior número possível de árvores. “Alguns traçados no projeto inicial passavam por locais com muitas perobas e reduzimos a zero isso para não tirar nenhuma”, destacou. Parecer técnico do Ippul assinala para a existência de 42 perobas, consideradas espécie rara conforme portaria do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente).

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

COMPENSAÇÃO

As árvores de menor porte estão sendo retiradas pelos próprios servidores da prefeitura, enquanto que as maiores são eliminadas pela empresa terceirizada que tem contrato com o poder público. “Quando a árvore é nativa ou em grandes quantidades submetemos ao Instituto Ambiental do Paraná”, explicou Galdino. A compensação ambiental pela erradicação, seguindo a legislação, se dará com a doação de mudas de espécies típicas da Mata Atlântica ao Viveiro Municipal.

Além disso, deverão ser plantadas mudas, preferencialmente, nas APPs (Áreas de Preservação Permanente), fundos de vale e unidades de conservação do município. Tanto o Ipuul quanto a Sema informaram que não está previsto o plantio de mais mudas no bosque. “A área do bosque possui um ‘banco de sementes’ natural que deve vir a promover a sucessão florestal na área”, ponderou a Sema.

 Dados obtidos pela FOLHA, por meio da Lei de Acesso à Informação, apontam que o bosque tem, pelo menos, 964 árvores, de cerca de 65 espécies
Dados obtidos pela FOLHA, por meio da Lei de Acesso à Informação, apontam que o bosque tem, pelo menos, 964 árvores, de cerca de 65 espécies | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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OPINIÕES

Desde que a revitalização teve início, muita gente vem acompanhando de perto todo o processo, principalmente os moradores da região central. A necessidade de reforma é unanimidade, mas quando o assunto é a retirada de árvores as opiniões se dividem. “Deveriam preservar do jeito que está e só retirar aquelas condenadas. O bosque é conhecido pela vegetação”, analisou a aposentada Gleice Salatiel. “Se acabarem com poucas árvores vai continuar inseguro. O certo é quem está de um lado ver o outro e também quem está circulando por dentro”, afirmou o autônomo Francisco Teixeira.

Medição promovida pela secretaria municipal de Obras e Pavimentação, em nove de abril, demonstra que já foram executados 21,90% dos serviços em dois meses. A obra tem custo de R$ 2,5 milhões e prevê espaços de lazer e esporte. Haverá ainda uma mini praça em frente a Biblioteca Pública.

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| Foto: Folha Arte

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