"A expectativa é de salvar as árvores e poder passar para meus netos a importância da preservação”, disse Mariana Pinceta
"A expectativa é de salvar as árvores e poder passar para meus netos a importância da preservação”, disse Mariana Pinceta | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

A professora Mariana Magas Audi Pinceta sempre foi apaixonada pela natureza. O marido Jefferson era seu companheiro no carinho pelo meio ambiente. Só que no ano passado a vida deu uma reviravolta e com um desfecho triste. Jefferson perdeu a vida em decorrência da Covid-19, em julho. Viúva, Mariana procurou uma forma de se reerguer e usou da paixão pela natureza para encontrar uma forma de se conectar com o que faz bem. Em outubro ela comprou uma chácara na região sul de Londrina.

“Tive a ideia de fazer uma chácara do jeito que gosto. Quando meu esposo morreu perdi o chão. Como iria fazer as coisas sem ele? Viajávamos juntos. Com a chácara vou continuar tendo contato com a natureza, ter essa convivência”, contou a docente, que mora em apartamento. “Sempre trabalhei a questão ambiental com as crianças, temos projeto de horta na escola”, citou.

As primeiras árvores da chácara chegaram esta semana. Mariana “salvou” três jabuticabeiras com mais de 50 anos que iriam ser erradicadas. As árvores estavam plantadas no estacionamento de um centro comercial que será ampliado na zona leste de Londrina. “O dono do local acompanhou o processo que vivenciei no ano passado. Como iria ter que retirar, perguntou se tinha interesse em ficar. Sou apaixonada por jabuticaba e gostei da ideia (de pegar e replantar)”, lembrou.

Apesar do alto preço do serviço, que precisa ser especializado, a docente encarou o desafio depois que viu as árvores frutíferas. O transporte das jabuticabeiras se transformou numa grande operação para preservar principalmente as raízes. Um guincho adaptado foi utilizado e a terceira e última árvore pôde ser removida e levada para o novo local na tarde desta quarta-feira (5). “É um trabalho bonito, cuidadoso, tem que tirar as raízes do jeito certo. Cada dia uma jabuticabeira cruza a cidade”, brincou.

PRÓXIMAS GERAÇÕES

Mãe de duas filhas, Bruna, 20, e Adélia, 22, Mariana já pensa no futuro. “Estamos numa fase em que precisamos preservar. Foi necessário tirar as árvores. Há muitos anos as jabuticabeiras estavam lá. A expectativa é de salvar e poder passar para meus netos a importância da preservação”, destacou. As jabuticabeiras também têm um valor familiar. O dono do terreno onde estavam plantadas é avô do namorado de uma das filhas da professora. “Meus netos poderão comer a jabuticaba que o tataravô plantou”, alegrou-se. Uma das árvores tem, pelo menos, 70 anos.

Se depender dos vizinhos, as árvores vão prosperar e dar muitos frutos de alegria, amizade e bons momentos. “Os vizinhos da chácara abraçaram a causa, todos torcendo, tiram foto das árvores chegando, me mandam. Brinco que ano que vem vamos fazer a festa da jabuticaba.”

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