Na noite de quarta-feira (22), perto da meia-noite, o presépio montado pela servidora aposentada Dilma Rodrigues Alves da Silva, 62, pela sua cunhada Maria Benedita Isidoro, 69, e mais alguns parentes e amigos foi destruído por vândalos. A montagem dele no Jardim Tupi, em Cambé (Região Metropolitana de Londrina) foi tema de reportagem da Folha de Londrina e chamou a atenção pela simplicidade com que representou o nascimento de Jesus Cristo.

Não foi a primeira vez que o local foi vandalizado. Durante a montagem do presépio, que levou cerca de dois meses e meio para ser concluída, o espaço já havia sido atacado. Nas redes sociais, a filha de Dilma, a assistente administrativa Emiliana Alves, 36, publicou um vídeo retratando a destruição do cenário. Ela ressaltou que o intuito da publicação foi só “para avisar que o presépio não está mais lá, já que algumas pessoas ainda pudessem querer visitá-lo”, ressaltando que não haveria tempo hábil para refazê-lo para a noite de Natal.

A assistente administrativa Emiliana Alves, 36, publicou um vídeo nas redes sociais retratando a destruição do cenário.
A assistente administrativa Emiliana Alves, 36, publicou um vídeo nas redes sociais retratando a destruição do cenário. | Foto: Vítor Ogawa/Grupo Folha

“As pessoas que fizeram isso tiveram a intenção de fazê-lo, pois foi durante a noite, usaram força para quebrar os carneirinhos que eram feitos de pedra. Desconhecemos quem são, e quais as motivações, e obviamente ficamos tristes”, ressaltou. Segundo Emiliana, sua mãe chorou de novo com mais essa destruição. “Sentimos muito, mas para estas pessoas desejamos apenas luz.”

“Dá um sentimento de revolta. O objetivo não é ficar com raiva nessa época. O presépio cumpriu o seu papel e homenageou quem queria homenagear, mas dá uma desanimada. Mas conhecendo a minha mãe, ela vai continuar a revitalizar a praça”, destacou. Ao ver tudo destruído, Dilma logo recolheu o material que ficou espalhado pelo espaço. “Para fazer a limpeza, ela colocou tudo em uma sacola pela manhã. Foi rápido”, ressaltou Emiliana.

Dos materiais que ficaram preservados, restaram algumas casas de papelão que representavam uma vila,o estábulo de bambu e madeira, que teve apenas o telhado de palha danificado, o caminho de pedras e um anjo.

A prática de destruir imagens não é recente. O termo iconoclastia significa literalmente “quebrador de imagem” e sua origem está no grego eikon (ícone ou imagem) e klastein (quebrar). Iconoclasta é nome dado ao membro do movimento de contestação à veneração de ícones religiosos que surgiu no século VIII denominado Iconoclastia, movimento político-religioso que iniciou no Império Bizantino no século VIII e que rejeitava a veneração de imagens religiosas por considerar o ato como idolatria.

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