A prefeitura publicou nesta semana a licitação para conclusão da obra da UBS (Unidade Básica de Saúde) da Vila Fraternidade, na zona leste de Londrina. É a terceira vez que o município tenta contratar uma empresa para finalizar a construção da unidade, que está parada desde o final de 2020, após o poder público romper o contrato com a empreiteira anterior em razão de problemas no andamento dos serviços. Os outros certames deram deserto.

As construtoras interessadas deverão apresentar as propostas até o dia seis de junho, na sala de licitações, no prédio do Executivo. A prefeitura pretende gastar até R$ 1,2 milhão. No edital anterior, lançado em dezembro do ano passado, o valor máximo para retomada dos trabalhos era de R$ 1 milhão.

Recentemente, a FOLHA mostrou que o município questionou várias empresas para saber o motivo da falta de interesse para assumir a obra. Entre as respostas recebidas estiveram o abandono do prédio, aumento dos preços dos materiais e a exigência de documentos que, na visão das empreiteiras, impedem a participação. Segundo o secretário municipal de Obras e Pavimentação, a pasta fez os ajustes necessários e as correções no projeto para que esta licitação seja atrativa.

“Por se tratar de uma obra que tem financiamento do Estado, dificulta burocraticamente o processo de contratação de uma nova licitação. Tem que aprovar o orçamento no governo, às vezes demora um pouco e acabamos tendo que fazer adequações no preço. Hoje temos o problema da inflação e precisamos revisar os preços para que tenhamos concorrência”, argumentou João Verçosa.

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Na avaliação do secretário, a possibilidade de surgirem serviços extras ao retomar a obra também pode estar afugentando as empresas. “As empreiteiras têm receio de pegar uma obra que já foi iniciada porque, muitas vezes, não conseguem ver algum tipo de ‘problema oculto’. Apesar de a prefeitura fazer todos os levantamentos, existe este medo”, destacou. “Agora deverá dar certo e esperamos que, finalmente, consigamos terminar”, projetou.

PRAZO

A obra foi deixada com 44% de execução. Entre as intervenções que ainda precisam ser promovidas estão alvenaria, impermeabilização, revestimentos, instalações elétricas e hidráulicas e comunicação visual. A construtora que assumir terá cinco meses de prazo para entregar tudo pronto.

Parede que havia sido fechada para evitar invasões foi quebrada nesta semana
Parede que havia sido fechada para evitar invasões foi quebrada nesta semana | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

INVASÃO

Entre os moradores do bairro a expectativa é grande para ter de volta o posto, que teve o prédio original demolido em 2014. “É uma tristeza ver a UBS do jeito que está, porque o que vemos é abandono. Hoje precisamos ir até o postinho da Vila Ricardo, que deve dar um quilômetro ou mais de distância, quando precisamos pegar remédio ou passar por consulta”, lamentou a dona de casa Maria das Graças Silva. A frente do prédio da Fraternidade está repleta de lixo.

Nesta quinta-feira (19), agentes da GM (Guarda Municipal) fizeram uma vistoria no lugar após parte de uma parede – levantada para evitar invasões - ser quebrada. A suspeita é de que pessoas em situação de rua tenham danificado para dormir no local neste período de frio. Servidores da prefeitura deverão fechar novamente até sexta-feira (20). “Mesmo que fechem, dão um jeito de entrar. Tem gente que usa esse espaço para usar drogas”, comentou um morador, que pediu para não ser identificado.

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