Em resposta a questionamentos feitos pela reportagem da FOLHA via Lei de Acesso à Informação, a FEL (Fundação de Esportes de Londrina) confirmou que as praças da Juventudes das regiões Norte e Sul não receberam investimentos de melhorias ou reformas desde que foram inauguradas, em 2014 e 2013, respectivamente. Segundo a entidade, o que tem sido feito “são reparos a partir das necessidades e gastos com a manutenção”.

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O resultado da falta de aplicação de recursos efetivos é o cenário de destruição e vandalismo que tomou conta dos dois espaços públicos. “Dá dó de ver desse jeito. A praça está praticamente abandonada, aqui só dá para frequentar durante o dia e se estiver mais gente usando, porque do contrário é perigoso. Falta mais atenção e cuidado”, lamentou o motorista de aplicativo João Henrique Batista, que mora nas proximidades da praça da zona norte.

As salas do lugar que no passado serviram para a prática de atividades estão com os vidros quebrados, com parte do forro arrancada e tem servido como moradia para pessoas em situação de rua. Nos banheiros perto da quadra, a paisagem é ainda mais assustadora, com a estrutura totalmente pichada, danificada e com infiltrações. Na praça da zona sul, a cena se repete com rabiscos em paredes e vários objetos levados por criminosos. Na semana passada, um homem foi preso pela GM (Guarda Municipal) após tentar violentar sexualmente uma mulher dentro da área da praça.

SEM ATIVIDADES

Atualmente, nenhuma atividade pública é realizada nos locais. Na praça da Juventude da Zona Sul a fundação mantém um coordenador e estagiários para atenderem a comunidade, no entanto, com o número reduzido de servidores não é possível desenvolver ações junto às pessoas com aulas de balé ou oficinas, por exemplo. “Com relação a Praça da Juventude Norte a Fundação de Esportes tem enfrentado vários problemas com depredação e roubo de fios e materiais elétricos. Devido a esta realidade, não estamos conseguindo fazer os atendimentos à população”, justificou.

SEGURANÇA

A responsabilidade pelo cuidado, manutenção e melhorias nas praças é da FEL. Já a segurança fica a cargo da GM (Guarda Municipal). “A Guarda Municipal realiza a segurança destes locais por meio de patrulhamento preventivo e monitora por câmeras instaladas através do Plano de Segurança, em que a GM realiza os apontamentos das vulnerabilidades do ponto de vista da segurança do próprio público e envia ao órgão responsável para as devidas adequações para que o local seja adequado e seguro, provendo mais eficiência ao trabalho da guarda”, destacou a corporação.

PROJETO

De acordo com a Fundação de Esportes de Londrina, a perspectiva para tentar mudar a atual situação dos espaços é a concessão para entidades sem fins lucrativos para que desenvolvam projetos de atendimento à população e intervenções.Um chamamento público foi aberto pela FEL recentemente para a praça da zonanorte. Quem deseja participar dos editais, produzindo os estudos e apresentandoos projetos para possível cessão de uso, devem formalizar o interesse até 30 demarço.

Já na Praça da Juventude da Zona Sul, o Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina) – em conjunto com outras secretarias municipais - está desenvolvendo um projeto urbanístico de revitalização de todo o conjunto de equipamentos e implantação de melhorias em acessibilidade e iluminação na área do antigo Pavilon, onde está a praça. “É considerado um projeto estratégico para o município, pois comporta diversos usos públicos de grande relevância”, ressaltou o instituto. Cada praça custou aproximadamente R$ 2 milhões para ser construída.

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