Paraná e Londrina não vão pedir prescrição médica para vacinação de crianças
Posição do Estado e do município contraria o Ministério da Saúde, que avisou que deverá exigir receita para imunização de menores de 12 anos contra a Covid
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 27 de dezembro de 2021
Posição do Estado e do município contraria o Ministério da Saúde, que avisou que deverá exigir receita para imunização de menores de 12 anos contra a Covid
Pedro Marconi - Grupo Folha
A Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) e a Prefeitura de Londrina vão contrariar a posição do Ministério da Saúde e não irão pedir prescrição médica para vacinação contra Covid-19 de crianças de 5 a 11 anos. Na semana passada, o ministro Marcelo Queiroga disse que o ministério iria deixar “as famílias tranquilas para que possam, livremente, optar por vacina ou não seus filhos, após a orientação do médico e a assinatura do termo de consentimento livre esclarecido.”
Durante evento da prefeitura, nesta segunda-feira (27), o prefeito Marcelo Belinati foi questionado pela imprensa sobre o assunto. Ele foi taxativo na resposta e reforçou o posicionamento que adiantou por meio das redes sociais dias antes. “O objetivo (de pedir prescrição médica) é muito claro: trata-se de uma questão política e ideológica para atrasar a vacinação. O mundo inteiro liberou a vacinação de criança, órgãos técnicos de saúde liberaram, inclusive a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Não tem sentido nenhum”, elencou.
O chefe do Executivo municipal também frisou a importância da vacinação, independentemente do público. “Mais de dez milhões de crianças já foram vacinadas no mundo e não temos relatos de reações graves. A maneira de prevenir o avanço da pandemia é se vacinando. Só não vê quem não quer. Quanto mais vacina, menos casos, internações e menos mortes.”
Por meio de nota encaminhada à FOLHA, a Sesa afirmou que “o Estado defende a ampliação da vacinação para toda a população, inclusive, com a expectativa de que o Ministério da Saúde reveja a posição” em relação à imunização de crianças. “O Paraná não vai exigir receita médica”, aponta o texto.
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ÓBITOS
Desde a manifestação do ministro da Saúde o tema vem gerando debate e polêmica. O Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) divulgou uma carta aberta em que frisa que quando iniciar a vacinação das crianças “não será necessário nenhum documento de médico recomendando que tomem a vacina”. O conselho ainda criticou outra fala de Queiroga, em que avaliou que as mortes de crianças por Covid “estão dentro de patamares aceitáveis.”
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, desde o começo da pandemia mais de 2.500 crianças e adolescentes perderam a vida em decorrência do coronavírus, sendo 300 delas no grupo de 5 a 11 anos. Em Londrina já foram confirmados 3.011 casos confirmados da doença entre meninos e meninas de zero a nove anos.
CONSULTA PÚBLICA
A Anvisa autorizou, recentemente, a vacina da Pfizer para ser utilizada no público infantil. O imunizante para crianças tem dosagem e composição diferentes daquela utilizada para os maiores de 12 anos. No entanto, o princípio ativo é o mesmo da vacina aplicada nos adolescentes e adultos. Até dois de janeiro o Governo Federal está com uma consulta pública aberta na internet sobre a imunização das crianças. Nesta segunda de manhã o site estava fora do ar.
Em nota técnica encaminhada ao STF (Supremo Tribunal Federal), a secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, afirmou que a vacinação de crianças é segura. A pasta é ligada ao Ministério da Saúde.
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