A presença de trabalhadores na obra da UBS (Unidade Básica de Saúde) da Vila Fraternidade, na zona leste de Londrina, traz de volta aos moradores a esperança de poder contar com uma nova unidade de saúde. O local que estava em situação de abandono desde dezembro de 2020, voltou a receber trabalhadores na segunda-feira (29).

De acordo com o engenheiro Victor Hugo Aldighieri, da CBeng Engenharia e Construção Civil, a equipe está trabalhando na limpeza de todo o terreno. “Todas as portas e janelas estavam com alvenaria e estamos liberando essas aberturas e, em seguida, vamos lavar todo o espaço. Precisamos começar com a obra limpa”, afirma.

Imagem ilustrativa da imagem Obra da UBS Fraternidade é retomada na zona leste de Londrina
| Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

A empresa londrinense deverá concluir a reforma em quatro meses. O contrato se deu de forma direta, ou seja, com dispensa de licitação diante da ausência de interessados nos processos licitatórios anteriores, conforme previsto na Lei de Licitações, lei federal n° 8.666 de 1993. A medida legal, porém, exige que todas as condições preestabelecidas sejam mantidas, tal qual os valores da obra, termos de referência e demais documentos técnicos anexados ao edital de Licitação.

“Mandamos convite para apresentar proposta a diversas empresas e tivermos quatro retornos, mas a vencedora foi aquela que apresentou menor preço e todos os documentos de habilitação. O preço máximo foi mantido no valor de R$ 1.292.381,85”, comenta o secretário municipal de Gestão Pública, Fábio Cavazotti. A empresa de Londrina fechou o contrato com a prefeitura com a proposta de pouco mais de R$ 1 milhão e 285 mil.

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ABANDONO

O município rompeu o contrato com a construtora que estava executando as obras da UBS Fraternidade em abril de 2021, por problemas de regularidade fiscal por parte da contratada. Porém, os serviços estavam parados desde dezembro de 2020 e somente 44% do projeto havia sido executado.

Desde 2021, a Prefeitura lançou quatro editais de licitação para retomada da construção. No entanto, não houve interessados em nenhuma das tentativas. O último edital publicado foi em maio deste ano.

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Com o acordo firmado com o município a partir deste mês de agosto, a CBenge Engenharia e Construção Civil pretende colocar uma equipe de 10 trabalhadores de mão de obra civil para concluir os 60% restantes da obra. “Faltam o muro externo, o alambrado, a tubulação e todo o acabamento. Na verdade, só temos a estrutura em pé e parte do reboco. A obra em si parece simples, mas ela estava abandonada. Precisamos fazer uma boa inspeção e limpeza para dar continuidade”, diz o engenheiro.

'NOSSA ESPERANÇA'

Marcelo Vitório, que mora no bairro há mais de três décadas, comenta que o espaço foi frequentado por usuários de drogas durante um bom tempo. “Não sei se eles vão conseguir aproveitar a estrutura. A nossa esperança é que agora essa obra seja concluída porque está fazendo muita falta para todo mundo”, diz.

Na obra há muito lixo acumulado, especialmente na área externa. “O nosso bairro já é perigoso e com um local assim, abandonado, a sensação de perigo ficou ainda maior. Ninguém vê a hora desse lugar estar pronto, funcionando, atendendo a comunidade”, comenta o morador Jandenir Borges.

Em matéria publicada em março deste ano pela FOLHA, algumas empresas questionadas pelo município sobre o motivo da falta de interesse em assumir a obra, estava o abandono do prédio, aumento dos preços dos materiais e a exigência de documentos.

DÉCADA DE 1979

A Vila Fraternidade foi um dos primeiros bairros na cidade a contar com uma UBS, na década de 1970. Mas em 2013 o espaço foi desativado e demolido. Deste então, os moradores precisam se deslocar até as unidades mais próximas, na Vila Ricardo ou Vila Casoni.

A reportagem tentou falar com o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, para detalhes sobre a retomada das obras, mas não houve retorno.

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