Imagem ilustrativa da imagem MP propõe bloquear cartão transporte de usuário com Covid em Londrina
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha 03-2021

O promotor de Justiça Miguel Sogaiar, da Promotoria de Defesa do Consumidor em Londrina, propõe o bloqueio do cartão transporte dos usuários do transporte que tiveram a confirmação de Covid-19 pela secretaria municipal de Saúde. De acordo com o promotor, o bloqueio do cartão transporte é uma medida sanitária e prevista pelo Código Penal.

O bloqueio seria momentâneo, ou seja, apenas no período em que a pessoa necessita ficar em isolamento. Em muitos casos, este período é menor que 14 dias. “A CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) concordou e estamos oficiando hoje (terça-feira, 6) a secretaria municipal de Saúde. Acredito que em breve vamos ter uma decisão, mas agora precisamos do aval da secretaria”, afirma.

A proposta foi um dos itens discutidos na reunião realizada na segunda-feira (5), cujo tema foi superlotação no transporte coletivo em Londrina. Participaram o promotor, representantes da CMTU, do DER, das concessionárias de transporte público TCGL, Londrisul e TIL, da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) e do Sincoval (Sindicato do Comércio Varejista de Londrina), além do procurador Marcelo Adriano da Silva, do MPT (Ministério Público do Trabalho) de Londrina.

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USUÁRIOS

Com duas máscaras cobrindo o rosto e o nariz, uma bisnaga de álcool gel na bolsa e uma troca de roupa para quando chegar ao trabalho, Vera Lúcia Cristina carrega a certeza de que todo o cuidado é pouco diante da pandemia de Covid-19. Ela utiliza o ônibus como meio de transporte e é cuidadora de idosos, o que a torna ainda mais cautelosa com a higiene. E é taxativa em dizer que a proposta de bloquear o cartão do usuário positivado para a Covid-19 “é ótimo. Se a pessoa está contaminada, ela tem que ficar em casa e ponto final. Se ela pega um ônibus está colocando todos em risco”, ressalta.

Já Laurinda dos Santos Rocha, que também utiliza quase que diariamente o transporte público, não concorda com a medida. “Não é tão simples como parece. Se uma pessoa for sozinha e não tiver ninguém para ajudar, como ela faz? Tem que ir a pé?”, indaga.

A dona de casa Cecília Tomokoito encara o assunto como “polêmico”. “É claro que o melhor é ficar em casa mesmo, mas se a pessoa realmente precisar sair como ir no médico, por exemplo, é um direto dela”, comenta.

Considerando que o cartão transporte ficaria bloqueado apenas no período determinado para o isolamento social, a servidora municipal Marinalda Barradas acha a proposta válida. “A pessoa não deve sair de casa, a não ser que seja para buscar ajuda médica. Eu uso o transporte todos os dias e não me sinto segura em nenhum momento, mas faço o possível para me proteger, mas algumas pessoas só mudam com uma medida mais rígida mesmo”, afirma.

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