Cambé - O grave acidente que tirou a vida de um motociclista de 31 anos na segunda-feira (6), ao lado da construção do viaduto da Brastislava, em Cambé (Região Metropolitana de Londrina), escancarou outro problema, de acordo com os motoristas. Quem costuma passar pelo local dirigindo reclama da mudança “brusca” da velocidade máxima permitida, que sai da 70 km, na rodovia, para 30 km no trecho onde a obra é realizada.

Imagem ilustrativa da imagem Motoristas reclamam de velocidade permitida na obra da Bratislava
| Foto: Pedro Marconi - Grupo FOLHA

“A pessoa tem que frear de uma vez e não tem como evitar alguns acidentes, por exemplo. Foi mal planejado. É uma diferença muito grande de velocidade e de uma vez”, opinou o mecânico Paulo Ferreira, que mora em Apucarana (Vale do Ivaí) e vem com frequência à região de Londrina e Cambé para comprar peças.

O acidente de segunda envolveu a motocicleta, uma carreta e um carro. Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), os três veículos seguiam no mesmo sentido da pista, de quem vai de Rolândia para Londrina. Ao passarem pela obra, a carreta, que tem placas do Paraguai, teria batido na traseira do motociclista, que por sua vez colidiu na parte de trás do automóvel.

Com o impacto, a moto ficou presa na carreta e o motociclista foi arrastado por alguns metros, parando embaixo do último rodado. Ele morreu na hora. A reportagem constatou que no lugar existe sinalização, com placas indicando a presença de operários, mudança no trânsito e necessidade de reduzir a velocidade. Foram instalados radares na altura da obra.

Trabalhando nas proximidades da construção do viaduto, o operador de máquinas Wellington Nunes relatou o que acredita ser uma medida que poderia ajudar no trânsito. “Deveriam ter implantando uma velocidade máxima progressiva. Assim o motorista iria diminuindo desde lá atrás e quando chegasse no viaduto passaria a 30 km sem perigo”, destacou. “Esse limite que colocaram na obra é muito baixo para um fluxo de rodovia. Nem bicicleta passa aqui nessa velocidade”, apontou a auxiliar de serviços gerais Ana Cláudia Fonseca.

ATENÇÃO

A PRF frisou que os motoristas devem redobrar a atenção nas proximidades da obra. “A obra está bem sinalizada. Temos feito monitoramento diário e pedimos para os motoristas tomarem muito cuidado. É um local de trânsito lento, com obra em andamento”, pontuou o agente Wagner Stochi.

A Prefeitura de Cambé informou que a sinalização é de responsabilidade do DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná). Por meio de nota, o órgão disse que a sinalização no local da obra foi revisada e adequada em julho, ficando regulamentada em 30 km/h no trecho com serviços, em uma extensão de cerca de 800 metros, e no restante da via permanecendo as velocidades vigentes.

"O DER-PR reforça a importância de seguir as regras de trânsito e prestar atenção à sinalização nas rodovias, dirigindo com prudência e visando preservar o seu bem-estar e o dos demais condutores e passageiros utilizando as vias. Esses cuidados devem ser redobrados em trechos com obras, onde há presença de maquinários pesados e funcionários trabalhando", pontua o texto.

OBRA

A edificação do viaduto e trincheira no cruzamento da rodovia com a estrada da Bratislava teve início no primeiro quadrimestre desse ano. O prazo de conclusão previsto em contrato é de 18 meses, sendo três para o projeto e 15 para os serviços em geral. O custo é de R$ 13,5 milhões. O Consórcio Cambé OAE Bratislava, formado por três empresas, venceu a licitação. A Econorte estima que passam diariamente pelo local cerca de 26 mil veículos de passeio e outros seis mil veículos pesados.

Atualizada às 8h27

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