Sentimentos comuns no universo feminino, o medo e a insegurança faz com que as mulheres estejam o tempo todo em constante alerta, vigilância. E quando um registro de ataque se torna público, como no último fim de semana, em que duas jovens foram violentadas e roubadas após serem abordadas no Zerão, na região central de Londrina, essa sensação se potencializa.

Imagem ilustrativa da imagem Medo acompanha mulheres em áreas de lazer em Londrina
| Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

Outro episódio que teve grande repercussão foi no final de outubro de 2021, no aterro do Lago Igapó, na zona sul. Uma estudante foi atacada por um homem enquanto caminhava. Os dois casos amplamente noticiados têm um ponto de comum: ocorreram em áreas ao ar livre para lazer e prática de esportes.

'SERVE DE ALERTA'

“Fiquei muito assustada quando soube desses episódios e, para mim, acabou servindo de alerta”, comenta Vanderlene Cândido de Barros, que caminhava sozinha na manhã desta quarta-feira (12), no aterro do Lago. “À luz do dia é um pouco mais seguro, mesmo assim procuro me cercar de alguns cuidados como, por exemplo, sempre olho ao redor antes de começar a caminhada, escolho sempre o lado com mais movimento de pessoas e sempre fico atenta se tem alguém caminhando atrás de mim”, diz.

'SENSAÇÃO DE DESEMPARO'

Para Maria Aparecida de Barros, que frequenta tanto o Zerão quanto o aterro do Lago Igapó semanalmente, “a sensação é sempre de desamparo. Sempre estou de olhos abertos por todos os lados e se observo algo estranho, me preparo para correr. O medo maior é da violência em si, de qualquer tipo”, conta Barros, relatando que já teve uma situação de tentativa de violência contra uma jovem da família, em praça pública, aqui em Londrina.

'OLHO AO REDOR'

Gilda Nobuco, que também caminha pelo Zerão semanalmente, conta que está sempre olhando para trás para tentar evitar qualquer aproximação de estranhos e que no momento de entrar no carro fica ainda mais alerta. "Olho ao redor antes de entrar, tranco a porta e ligo o carro rapidamente. Daí é que coloco o cinto de segurança", afirma.

RECOMENDAÇÕES

O tenente Felipe Ciniciato, do 5º BPM (Batalhão da Polícia Militar) de Londrina, comenta que a Polícia Militar “tem a missão constitucional de garantir a segurança do cidadão de bem para que ele possa exercer suas atividades independentemente do local e horário”. Entretanto, ele cita que alguns cuidados são necessários “a fim de mitigar as chances de ser alvo de ações criminosas”.

Segundo Ciniciato, a recomendação da PM é para que as pessoas frequentem esses locais públicos sem itens de alto valor porque podem acabar chamando a atenção de criminosos. “Também orientamos a população a priorizar os horários de maior movimentação nesses espaços e, que diante de qualquer situação estranha, como a presença de indivíduos suspeitos, acionar a polícia pelo 190, repassando todas as características possíveis para que haja o despacho de uma viatura para atendimento da ocorrência e, sendo possível, a abordagem desse indivíduo”, diz.

A FOLHA tentou contato com a Delegacia da Mulher, mas não houve retorno até o fechamento da edição. O secretário municipal de Defesa Social, que responde pela Guarda Municipal, estava de licença e não pôde atender nesta data.

SERVIÇO - Diante de uma emergência policial, ligue 190 ou 153 da Guarda Municipal. Denúncias anônimas podem ser feitas através do 181 ou 197 (Canal de denúncias de situações de violência contra as mulheres da Polícia Civil) .

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