Em uma semana, de 31 de janeiro até este domingo (6), Londrina registrou 5.274 casos confirmados de Covid-19 e 20 óbitos. Para se ter uma ideia, desde o primeiro caso registrado no município (18 de março de 2020) foram necessários cinco meses e sete dias para atingir os primeiros cinco mil casos. O acumulado desde o início da pandemia são 106.916 casos confirmados e 2.371 óbitos. Já o total de recuperados da doença é 103.189.

Imagem ilustrativa da imagem Londrina registra 5 mil casos de Covid em uma semana
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

A média móvel de casos confirmados dos últimos sete dias é de 753,4 casos. A cidade está com 1.356 casos ativos, dos quais 1.260 estão em isolamento domiciliar e 96 seguem internados. São 66 pessoas na enfermaria e 30 na UTI.

A diretora clínica do HU de Londrina (Hospital Universitario Regional do Norte do Paraná), Luiza Kazuko Moriya, ressaltou que durante dois dias na semana que passou foram registradas ocupações semelhantes ao período de pico da pandemia de Covid-19, em 2021. "Por dois dias a unidade de emergência ficou com 130% de ocupação. Embora tenha ficado lotada, a ativação dos leitos de retaguarda ocorre mais rapidamente do que no pico da pandemia registrada no ano passado", ressaltou.

Ela destacou também a rotatividade maior dos leitos do que no pico da pandemia. "Os pacientes vão para casa mais precocemente que no ano passado. A gente teve naquele período pacientes que ficavam três meses em UTI e um pouco mais em enfermaria. Agora esse intervalo é menos de 50% em relação àquela época. Diria até que seja de 30% a 40% em relação àquela época de pico. Além da taxa menor de letalidade."

Moriya explicou que, atualmente, com a possibilidade da ativação das vagas em leitos de retaguarda e em UTIs, a exigência foi menor. "A (variante) ômicron é menos letal, mas possui maior transmissibilidade. A letalidade tem ocorrido por outras patologias", informou. "Os cientistas dizem que a ômicron é menos invasiva e provoca menos lesões no organismo e menor letalidade, mas ela coincidiu com esse aumento da vacinação contra Covid", observou, lembrando que na semana passada o HU divulgou levantamento apontando que a maioria
dos pacientes que estão na UTI ou internados em leitos retaguarda era formada por pessoas sem vacinação ou com o ciclo incompleto.

CRIANÇAS

"Percebemos a diferença da vacinação, porque as crianças estão mais suscetíveis. No pico de Covid e de doenças respiratórias não teve participação de bebês na mortalidade, mas teve um número maior de pacientes agora, dentro da pediatria, que está refletindo nas internações. Em nível ambulatorial temos tido bastante positividade das crianças. Elas estão sendo bastante acometidas e as unidades de emergência das crianças estão com sua capacidade acima da média em relação a dos adultos", detalhou a diretora clínica.

Imagem ilustrativa da imagem Londrina registra 5 mil casos de Covid em uma semana
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

GESTANTES

Moriya observou que as gestantes também estão sendo atingidas com a positividade da doença. "Atualmente ela está bem maior que no pico da pandemia, embora a mortalidade seja bem menor que naquela época. Porém, como as gestantes se caracterizam pela vulnerabilidade que se assemelha a uma comorbidade, a gente precisa de atenção redobrada, nós precisamos cuidar do bebê, porque ele pode nascer prematuro", destacou.

"Como a cepa do vírus é nova, a gente não sabe como é o comportamento e trabalha de acordo com a apresentação clínica dos pacientes e vai deixando leitos disponíveis", observa Moriya. "Se a taxa de ocupação fosse bem mais baixa, o hospital de retaguarda seria servido para a proposta de maternidade e de hospital infantil. O que é difícil é a incerteza do quadro até que toda a população seja vacinada. Com essa maior transmissibilidade há pessoas que já não suportam mais todos aqueles cuidados, embora o vírus tenha mostrado que não é brincadeira."

A diretora clínica ressaltou também a importância da população confiar na vacinação da Covid "como confiou em outras vacinações de doenças que já foram pandêmicas. A vacinação pelo SUS foi responsável por reduzir as doenças pandêmicas a um nível semelhante a de países de primeiro mundo", enalteceu.

LEIA TAMBÉM:

+ Paraná confirma mais 7.724 casos e oito mortes pela Covid-19

+ Londrina deve liberar mais faixas etárias para vacinação

SEGMENTAÇÃO

Até sábado (5) a cidade estava com 57.292 casos confirmados entre as mulheres (53,98%) e 48.849 entre os homens (46,02%). A segmentação por idade apontava naquele boletim que havia 44.338 registros entre pessoas na faixa entre 20 e 39 anos, 34.028 entre 40 e 59 anos, 15.047 com 60 anos ou mais, 8.732 jovens com idade entre 10 e 19 anos, e 3.996 crianças com nove anos ou menos.

Até o momento foram registradas 1.007 mortes entre as mulheres (42,47%) e 1.364 mortes entre os homens (57,53%). Foram 1.714 óbitos em pessoas com mais de 60 anos, 536 pessoas com idade entre 40 e 59 anos, 119 pessoas com idade entre 20 e 39 anos, e duas pessoas com menos de 19 anos. Das pessoas que morreram de Covid-19, as principais comorbidades foram: doença cardiovascular (47%), dibetes( 27%), hipertensão arterial (24%), obesidade (15%), doença pulmonar crônica (9%), insuficiência renal crônica (7%), doença neurológica crônica (7%), hipotireoidismo (3%), neoplasia (2%) e Alzheimer (1%). Outras doenças como hepatite C, doença hematológica, HIV, imunodeficiência, tuberculose, insuficiência vascular e epilepsia tiveram registros abaixo de 1%.

Os sintomas mais comuns registrados na cidade são febre (75%), tosse (74%), dificuldade respiratória (60%), desconforto respiratório (44%), dor na garganta (17%), dores musculares (14%), e dores de cabeça (13%).

As regiões com mais casos confirmados desde o início da pandemia, com mais de dois mil registros, são: Cinco Conjuntos (6.666), Centro histórico (6.265), Palhano (4.944), Vivi Xavier (4.415), Leonor (4.040), Parigot de Souza (3.977), Ouro Verde (2.801), Parque das Indústrias (2.771), Guanabara (2.398), Cafezal (2.309), Interlagos (2.272), Lindóia (2.142), Califórnia (2.095), Piza (2.082).

Receba nossas notícias direto no seu celular. Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.