Depois de dias turbulentos, o Lar Anália Franco, na zona leste de Londrina, destacou que vai seguir com a educação infantil e até ampliar a creche, por meio da parceria que existe com a prefeitura. A entidade, que tem quase 60 anos de história, foi alvo de uma decisão judicial envolvendo o serviço de acolhimento institucional, que apesar de funcionar na mesma área – sendo salas e espaços separados -, não tem relação com o ensino para as crianças de um a cinco anos.

Atualmente, o CEI (Centro de Educação Infantil) atende 204 meninos e meninas em período integral, das 7h30 às 17h30. Apenas uma turma, do 4º ano, é opcional o envio do filho para estudar durante todo o dia ou meio período. “São servidas diariamente cinco refeições: entram e tomam café da manhã, tem frutas. Alimentação definida por nutricionista. As salas e banheiros foram preparadas para o tamanho delas”, pontuou Marco Aurélio Batyras, diretor de Patrimônio da instituição.

O lar agora pretende aumentar o número de vagas em 20 neste ano e para 2023 o acréscimo deve ser de mais 80 vagas. O prédio vem recebendo adequações, com remanejamento de espaços já existentes, para que novas salas sejam criadas, possibilitando a expansão. Hoje são 11 salas de aula e aproximadamente 28 funcionários.

BAZAR

Para se manter e fechar a conta mensal, já que os repasses do município não cobrem todos os custos de funcionamento, a entidade realiza um bazar permanente em sua sede. São vendidos materiais usados ou seminovos, como roupas e móveis, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados, das 8h às 12h. O pedido é para que as pessoas ajudem com doações.

“O bazar é o ‘coração’ do lar e precisamos que a população continue colaborando e doando roupas, eletroeletrônicos. Esse suporte é para honrar nossos compromissos financeiros. A pessoa pode ligar e agendar que nosso caminhão vai no endereço dela coletar. Tudo que não serve na casa dos outros, para nós existe valor. Depois que o caminhão retorna fazemos a triagem e colocamos para vender estando em bom estado”, detalhou.

ACOLHIMENTO

Aceitando uma ação do MP-PR (Ministério Público do Paraná), a Justiça determinou, no final do mês passado, a dissolução do acolhimento institucional de crianças e adolescentes – o antigo abrigo – em razão de denúncias de supostos maus-tratos.

Imagem ilustrativa da imagem Lar Anália Franco pretende ampliar educação infantil
| Foto: Fotos: Divulgação

Segundo Batyras, a decisão gerou confusão nas famílias, que inicialmente pensaram que a educação infantil também seria afetada, o que não aconteceu. “O lar sempre foi exemplo, porque tinha todos os pré-requisitos e sempre estava em primeiro e segundo nos editais. Uma das casas mais antigas de Londrina e que sempre teve responsabilidade social. Vamos pegar nossa estrutura de 33 mil metros quadrados e usar toda para a educação”, defendeu.

O diretor faz parte da nova diretoria, eleita em 2022 para estar à frente do lar por dois anos. O comando anterior, que já havia pedido renúncia quando os primeiros relatos de supostos problemas no acolhimento vieram à tona, foi oficialmente afastada pelo poder judiciário na condenação de janeiro, além de alguns funcionários, que também já tinham sido desligados no ano passado.

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O contrato com a prefeitura para o acolhimento vence no final deste mês. Cerca de 20 menores estão na instituição e serão remanejados pela secretaria de Assistência Social para outras associações. As decisões judiciais cabem recurso e o jurídico do lar está analisando o que irá fazer.

GARANTIA

“Nossa finalidade é demostrar para a população que lar continua com a mesma seriedade de sempre. Os pais podem ficar tranquilos e levarem seus filhos, porque seria um transtorno enorme para a sociedade fechar a educação. Por isso, iremos continuar com a educação infantil”, ressaltou.

SERVIÇO – O Lar Anália Franco fica na avenida Anália Franco, 33. O telefone é (43) 3325-8060.

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