Atividade esportiva e de recreação praticada por cães com o objetivo de promover o gasto de energia física e mental dos animais, o Agility será usado em Londrina como ferramenta terapêutica para tratar pacientes com diversas patologias. Um circuito ao ar livre que conta túnel, rampa, pneu e outros obstáculos foi inaugurado na manhã deste sábado (24) na sede do Ibetaa (Instituto Brasileiro de Terapia Assistida por Animais).

A modalidade será usada para acelerar o tratamento de crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista), com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade ), depressão, ansiedade, TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), vítimas de bullying, abuso sexual, maus-tratos e abandono dos pais.

AO AR LIVRE

O Ibetaa já promove intervenções assistidas por animais desde foi inaugurado em 2012, em São Paulo. “Atuamos no desenvolvimento cognitivo, emocional, físico-motor e social de crianças e adolescentes contando com a ajuda de cães. E trouxemos esse atendimento para Londrina, onde uma sede do instituto foi inaugurada em 2020. A novidade é que as interações que aconteciam nas salas de terapia agora serão realizadas ao ar livre, contando com os equipamentos que fazem parte do Agility, um circuito no qual os pacientes se sentirão mais à vontade para interagir com os cachorros”, destaca Carlos Pires, presidente e fundador do instituto.

“Nem sempre as crianças gostam de participar das sessões de terapia convencional. Já com a presença dos cães, os pacientes se sentem muito mais motivados a interagir com os terapeutas e com os animais. Os cães ajudam a humanizar o tratamento e facilitam o desenvolvimento de atividades que poderiam parecer penosas para muitas crianças. Elas acabam ficam mais alegres e comunicativas quando estão na presença dos animais”, ressalta a psicopedagoga Luciana Issa, diretora-técnica do Ibetaa.

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Ela explica os benefícios que serão agregados com a inauguração do Espaço SuperAção, local onde foram instalados os equipamentos do Agility. “Ao percorrer o circuito interagindo com os cães, será possível trabalhar questões comportamentais, motoras e cognitivas, como a realização de movimentos repetitivos que seriam difíceis de trabalhar em terapias convencionais sem a presença dos cães, pois nestes casos muitas vezes as crianças ficam cansadas e entediadas”, enfatiza a psicopedagoga.

Imagem ilustrativa da imagem Instituto inaugura espaço para terapia com cães em Londrina
| Foto: Marcos Roman - Grupo Folha

As intervenções assistidas por animais promovidas pelo Ibetaa em Londrina são realizadas por uma equipe formada por oito terapeutas que contam com a ajuda de sete cães adestrados.

“Temos psiquiatra, psicopedagoga, psicóloga, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional. Os atendimentos são realizados com a presença de cachorros de diversas raças. Todos passam por uma avaliação prévia para verificar como respondem à liderança de pessoas e antes da interação com os pacientes passam por um período de adestramento”, comenta a diretora técnica do Ibetaa.

O fundador do instituto informa que os atendimentos prestados pela entidade são gratuitos. “Temos patrocinadores que nos ajudam com as despesas. Até o final do ano chegaremos a três mil atendimentos. Atualmente estamos atendendo gratuitamente crianças do Nuselon (Núcleo Social Evangélico de Londrina) e alunos da Escola Municipal Anita Garibaldi, além de pais que nos procuram espontaneamente. E também fazemos atendimento particular, que é uma forma de manter o Instituto.”, informa Pires.

'MELHORA IMPRESSIONANTE'

“Meu filho tem autismo e por isso tinha dificuldade de interagir com pessoas e animais. Mas o comportamento dele mudou completamente desde que começou a fazer terapia com a presença dos cães, há dois anos. Antes ele não gostava de ir às sessões, agora fica tão animado com os animais que se pudesse viria todos os dias. Foi uma melhora impressionante”, afirma a assistente financeira Roberta Almeida, mãe de Mateus, 6.

“Meu filho tinha problemas de relacionamento com professores e colegas da escola. Graças à interação com os animais durante a terapia, isso não acontece mais”, ressalta a trabalhadora autônoma Raquel Costa, mãe de Luiz Fernando, 6.

SERVIÇO - Pessoas interessadas nas intervenções assistidas por animais prestadas pelo Ibetaa podem entrar em contato com o instituto pelo e-mail [email protected] ou fone (43) 99951-9705.

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