A advogada Gabriela Coldibelli sabe bem o “peso” que é o coronavírus. No ano passado ela foi diagnosticada com a doença. Sentiu bastante cansaço e mal-estar, mas se recuperou. Agora, grávida de cinco meses da Maria Rafaella, tem redobrado os cuidados e se protegendo de todas as formas possíveis. A maior segurança veio na manhã desta quarta-feira (19), após ser vacinada contra a Covid-19 no Centro de Imunização da Zona Norte. Ela foi uma das primeiras gestantes a receberem o imunizante na retomada da campanha para este público em Londrina.

Gabriela Coldibelli procurou a vacinação no centro da zona norte: "segurança é maior que o receio de não tomar"
Gabriela Coldibelli procurou a vacinação no centro da zona norte: "segurança é maior que o receio de não tomar" | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

“Vi nas redes sociais que iriam voltar a vacinar grávidas e fiz o agendamento na terça-feira (18) a noite. Como tenho que tomar uma outra vacina, queria vir logo para ficar liberada. Estou mais aliviada, traz segurança. Meu marido e minha mãe são da área da saúde, então estava preocupada”, contou. Coldibelli, que tem hipertireoidismo, chegou a ficar receosa quando a vacinação foi suspensa, porém, considerou mais vantajoso se imunizar. “A segurança da vacina é maior que o receio de não tomar.”

A vacinação de grávidas e puérperas estava interrompida na cidade desde a semana passada, assim como em outros locais do País, após uma recomendação expedida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de que o imunizante da AstraZeneca não fosse aplicado nestas mulheres, como vinha acontecendo. O motivo para a nota do órgão foi a morte de uma gestante que havia se vacinado no Rio de Janeiro. O caso está sendo analisado pela Anvisa e pelo Ministério da Saúde.

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Na terça-feira, Londrina obteve, pela primeira vez, um lote de vacinas da Pfizer, destinado para grávidas e mulheres que deram à luz até 45 dias, com doenças pré-existentes, pessoas com comorbidades acima de 50 anos e deficientes que recebem BPC (Benefício de Prestação Continuada). Ao todo o Governo do Estado enviou 5.850 doses. A aplicação desta vacina está concentrada no centro montado na região norte. O intervalo para a segunda dose é de 14 dias, como indica o Ministério da Saúde.

BENEFÍCIOS

Segundo o secretário municipal de Saúde, Felippe Machada, as grávidas fazem parte de um grupo que, normalmente, não busca a vacina. “Em relação à Covid-19 já esperávamos que haveria essa resistência, o que deve ser agravado com a suspensão que houve por conta das intercorrências da vacina da AstraZeneca. Entretanto, o corpo técnico do Ministério da Saúde fez todas as avaliações em relação ao risco e benefício e isso é muito relevante neste momento de pandemia”, destacou.

Machado disse que os estudos indicam que as gestantes têm pré-disposição para evoluir para complicações decorrentes do coronavírus, podendo até a ocasionar o parto prematuro. “Por isso a vacinação está sendo indicada neste momento. Nosso conselho é que as gestantes procurem o ponto de vacinação. Em caso de dúvida, converse com o médico para que possa ter toda a explicação técnica em relação ao benefício da vacina nesta pandemia que estamos vivendo”, orientou.

AGENDAMENTO

Não há critério de idade para a imunização destas mulheres, desde que tenham mais de 18 anos. As gestantes com comorbidades que são acompanhadas pelo município estão tendo a validação do cadastro de forma automática. Já aquelas que fazem acompanhamento em ambulatórios especializados ou na iniciativa privada, precisam pegar a declaração do médico e levar a documentação em uma escola municipal para que possa ser feita a liberação do agendamento.

Até o início desta semana havia 335 grávidas e 168 puérperas com o cadastro confirmado e liberado para agendar a vacinação.

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