No cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (7), o Núcleo de Londrina do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e o Depen (Departamento Penitenciário do Paraná), descobriram uma cela exclusiva para um dos presos na cadeia pública de Rolândia, na Região Metropolitana de Londrina.

“Ele ficava sozinho em uma cela, onde foram encontradas garrafas de vinho de alto valor, drogas e outros produtos ilícitos. No espaço também havia internet, televisão, celular, forno micro-ondas e ar-condicionado", comenta o promotor do Gaeco em Londrina, Leandro Antunes.

De acordo com o promotor, ele está detido por ser alvo de uma operação do Gaeco do Rio de Janeiro em suposto envolvimento em um esquema de desvio de combustível. “Esse não era objeto da investigação, mas nos deparamos com essa situação na data de hoje. Diante de todo cenário certamente vamos fazer diligências para verificar se esses privilégios perduram por muito tempo e se houve pagamento de vantagem ilícita para que isso ocorresse”, afirma Antunes.

Também será investigada a participação de terceiros. “Dependendo das características disso, principalmente se houve pagamento de vantagem ilícita, os envolvidos podem responder por corrupção passiva, entre outras possibilidades, dependendo do rumo que as investigações seguirem”, diz.

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DOCUMENTOS FALSOS

O flagrante na carceragem se deu durante a investigação do Gaeco sobre o uso de documentos falsos em testes seletivos por parte de dois agentes prisionais e que resultou no cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e na cadeia pública de Rolândia, na manhã desta quinta.

Um dos suspeitos possui duas residências em Londrina e outro em Rolândia. Segundo o promotor, foram apreendidos uma grande quantidade de medicamentos importados do Paraguai e utilizados para o tratamento da disfunção erétil, além de munições, drogas e os históricos escolares falsificados. Também foram encontrados os mesmos medicamentos em uma das salas que os suspeitos utilizavam na cadeia pública.

Imagem ilustrativa da imagem Gaeco encontra vinhos e internet na cadeia de Rolândia
| Foto: Divulgação/MPPR

“Os históricos escolares foram encontrados e agora as investigações vão tentar esclarecer esses outros fatos. Esses dois agentes teriam utilizado esses falsos documentos em testes seletivos e comprovamos junto às escolas o fato delas não terem emitido tais documentos”, diz.

Um dos agentes ingressou no cargo em 2010 e outro em 2013. Desde então, segundo o Gaeco, foram vários testes seletivos em que os documentos falsos foram anexados. Após a conclusão das investigações, o Gaeco adotará as providências judiciais e administrativas para o eventual afastamento dos investigados das respectivas funções públicas.

Um dos guardas foi preso por não ter porte de arma de fogo, mas pagou fiança de R$ 2 mil e foi liberado. A defesa dos acusados disse que não teve acesso ao teor da investigação do Gaeco e por isso não vai se manifestar. (Colaborou Rafael Machado)

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