Famílias mostram preocupação após roubo em escola municipal de Londrina
Ladrão armado invadiu unidade na zona oeste depois da aula da manhã, rendeu porteiro e levou dinheiro de rifa que estava na sala da direção
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 19 de outubro de 2023
Ladrão armado invadiu unidade na zona oeste depois da aula da manhã, rendeu porteiro e levou dinheiro de rifa que estava na sala da direção
Pedro Marconi
O aviso preocupou as famílias. No recado encaminhado aos pais, a direção da escola municipal Cecília Hermínia Oliveira Gonçalves, no jardim Sabará, zona oeste de Londrina, informou "sobre um momento difícil" que aconteceu por volta das 12h de quarta-feira (18). "Após a saída do período matutino, um homem rendeu o porteiro, adentrando a unidade e arrombando uma das portas da direção.”
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A escola também pediu no comunicado a “colaboração das famílias para acionarem a GM (Guarda Municipal) ao perceberem qualquer situação suspeita ao redor” e também na “pontualidade no momento da saída das crianças”. Segundo a PM (Polícia Militar), o ladrão estava armado com uma faca e possivelmente um revólver. Ninguém ficou ferido e o homem conseguiu escapar numa moto.
“As informações apuradas dão conta que o criminoso em nenhum momento acessou a área onde estavam os alunos e/ou estava com a intenção nessa ação de atentar contra a integridade física dos que lá estavam. Há a suspeita de que o suspeito teria a informação que o dinheiro estaria armazenado na escola. Os policiais militares, ao tomarem conhecimento dessa situação, realizaram o patrulhamento nas imediações da escola, mas o indivíduo não foi localizado”, destacou a corporação.
A prefeitura disse, via Núcleo de Comunicação, que o homem esperou a diretora sair e que ele roubou uma caixa com cerca de R$ 2.600, recurso da rifa de uma bicicleta. O valor seria usado para aquisição de livros. "Imagina se tivesse criança na escola. Até quando vamos ficar sem segurança para nossos filhos? Até quando vamos mandar os filhos para a escola sem saber se voltarão bem para casa?”, questionou a mãe de um aluno.
Avô de um garoto de 11 anos que estuda na escola, o caminhoneiro Aparecido Rosa cobrou mais segurança para a unidade. “Aconteceram tantas tragédias no Brasil, invasões. Na semana que teve a situação em Cambé (no colégio estadual Professora Helena Kolody), ficou um guarda, depois nunca mais vi agente”, lamentou. “O rapaz que entrou na quarta foi para roubar, mas poderia ter sido para promover um massacre. Precisa ter a GM, pagamos imposto. Isso serve para todas as escolas, não somente a do meu neto”, ressaltou.
SEM RESPOSTA
A FOLHA entrou em contrato com a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, para saber sobre as medidas de segurança que vêm sendo adotadas nas unidades escolares do município, entretanto, ela preferiu não conceder entrevista sobre o assunto. O secretário municipal de Defesa Social, Pedro Ramos, está em férias.
A reportagem também procurou a assessoria de comunicação da prefeitura, buscando respostas em relação às ações de segurança no ambiente escolar, porém, não houve retorno até a finalização da matéria.
PEDIDO DE INFORMAÇÃO
A invasão na escola Cecília Hermínia Oliveira Gonçalves virou alvo de um pedido de informação da Câmara de Vereadores ao município. Entre as indagações estão quantas câmeras de registraram o roubo, para quem as imagens foram repassadas, se tinha a presença de agentes da GM durante o crime e se os guardas têm permanecido na unidade, cumprindo a lei 76/2023.
A legislação, aprovada em junho deste ano pelos vereadores e em regime de urgência, instituiu o Programa Guarda Municipal nos estabelecimentos que integram o Sistema Municipal de Educação do Município de Londrina.
Conforme o texto, todas as escolas municipais e os CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil) devem contar com, pelo menos, um guarda municipal durante o período escolar. A cidade tem cerca de 120 unidades escolares municipais. No total, contando os centros filantrópicos, são aproximadamente 45 mil alunos.
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