A Alumni UEL chama a atenção para o corte de financiamento à pesquisa e o déficit de docentes e funcionários  técnico-administrativos na instituição
A Alumni UEL chama a atenção para o corte de financiamento à pesquisa e o déficit de docentes e funcionários técnico-administrativos na instituição | Foto: Gustavo Carneiro

A próxima reunião da Apiesp (Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público), nesta quinta-feira (18), às 14h30, em Curitiba, marcará o começo de uma articulação entre reitores das universidades estaduais e parlamentares em defesa do ensino superior público. Essa ação acontece a partir da atuação da Alumni UEL, a associação de ex-alunos da Universidade Estadual de Londrina.

À convite da Alumni UEL, a reunião terá a participação do senador Álvaro Dias (Podemos), ex-governador do Paraná em cuja administração foi instituída a gratuidade do ensino superior público paranaense.

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Entre os itens da pauta está a reivindicação de mais verbas para as instituições de ensino, que sofrem com o subfinanciamento e o déficit de docentes e funcionários técnico-administrativos. A Alumni UEL pretende iniciar uma ampla campanha de adesão, não só de parlamentares que apoiam o ensino e as pesquisas públicas, como também de entidades civis, personalidades e ex-estudantes que se beneficiaram do ensino público, gratuito e de qualidade.

“Pouco adiantam notas de repúdio. Precisamos tomar atitudes concretas. Vamos começar com o senador, mas a ideia é buscarmos mais parlamentares tanto do Senado como da Câmara Federal, mirando construir um amplo movimento partindo do Congresso Nacional”, afirmou o conselheiro-geral da Alumni UEL, Gilberto Martin.

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Segundo a Alumni, a mobilização se tornou ainda mais urgente após o corte de 90% no orçamento da ciência brasileira anunciado pelo governo federal em outubro deste ano. Quase R$ 700 milhões que iriam para o CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) foram realocados para outras áreas. Na UEL, o corte anunciado afetaria fortemente a participação de estudantes em programas de pesquisa fundamentais.

Conforme informações da assessoria de imprensa da associação de ex-alunos, a UEL tem 360 projetos financiados pelo CNPq. São 274 bolsistas de Iniciação Científica (IC), 34 de Iniciação Tecnológica (IT) e 52 bolsas de Iniciação Científica/Ensino Médio (IC-EM) destinadas a projetos específicos, nas mais diversas áreas. Além disso, a verba repassada pelo governo estadual para manter as universidades está em queda contínua desde 2016.

“Acreditamos que a sociedade civil não pode mais apenas assistir ao desmanche da educação superior e da produção científica, tão relevante no período de pandemia. É preciso agir”, frisa Martin. “É necessário que as lideranças políticas entendam a importância que tem de fazer o investimento numa instituição como a UEL. Ela não significa despesa, é um investimento importantíssimo para a cidade e para a região. Tudo o que nós ganhamos nos últimos 50 anos podemos perder nos próximos 50 anos”, alerta .

Em Curitiba, a Alumni UEL também se reunirá para um almoço com representantes da Associação Médica do Paraná, na sede da entidade. O objetivo do encontro, marcado para quinta-feira (18), é incluir a classe médica na campanha por mais verbas para pesquisa nas universidades públicas.

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