A entrega da nova sede do Samu de Londrina ficou para o início do segundo trimestre. O prazo, após dois aditivos, venceu em 21 de janeiro, no entanto, a prefeitura concedeu um tempo maior à construtora. Inicialmente a empresa estava pleiteando mais cinco meses, porém, o município acordou mais 90 dias, alterando a data máxima para finalização para 21 de abril.

Medição realizada no mês passado apontou 54% de execução, entretanto, a secretaria municipal de Obras e Pavimentação garante que o percentual é bem maior. “Fisicamente tem mais trabalho executado. A obra está no estágio de acabamento, principalmente por dentro, parte do fundo”, elencou João Verçosa, responsável pela pasta.

Em e-mail encaminhado pela gerência de Acompanhamento de Edificações Públicas a representantes da empreiteira nessa semana, e que a FOLHA teve acesso, o servidor cobra “esforços da contratada no sentido de providenciar a normalização do ritmo dos serviços”. O engenheiro civil do município diz que fez duas vistorias no canteiro de obras nos dias 2 e 4 deste mês, percebendo a presença de dez e apenas seis pessoas trabalhando, respetivamente.

QUEDA DE BRAÇO

A edificação da estrutura do Samu ao lado do Terminal Rodoviário, às margens da avenida Dez de Dezembro, também se tornou uma queda de braço entre a construtora e a prefeitura. Desde o ano passado a empresa está solicitando ao poder público o reequilíbrio de itens do contrato, que tem valor total de R$ 4,5 milhões, entre recursos do Governo do Estado e do município.

Em notificação endereçada à prefeitura recentemente, a MTX Construções reclama da falta de atualização dos valores e também da avaliação da secretaria de Obras quanto aos pedidos. “No dia 21/01/2022 foi disponibilizado o relatório parcial do reequilíbrio em que resultou um valor de R$ 21.368,92, que é irrisório diante da atual realidade de mercado”, argumentou.

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A empreiteira ainda destacou no documento que se a posição do município continuar, deverá abandonar a obra e requerer o rompimento do contrato. “Qualquer pessoa de conhecimento médio sabe que não há como trabalhar no prejuízo e a MTX vem há um ano trabalhando com prejuízo na obra, sendo que chegou ao seu limite de suporte, precisando saber se será essa metodologia a ser aplicada aos reequilíbrios ou se serão revistos os atos e trazidas as condições iniciais do contrato tornando a obra exequível”, pontuaram os representantes da construtora, que tem sede no Rio Grande do Sul.

SOLUÇÃO

Na semana passada houve uma reunião para debater o impasse. João Verçosa afirmou que a secretaria realiza a verificação “completa de todos os insumos para que se chegue a valor que seja justo”. “Toda análise nos pautamos pelo correto levantamento dos índices dos insumos que impactam a obra. Temos uma portaria que estabelece critérios para realinhamento de preços. Estamos pautando nossa análise pelo pedido específico da empresa”, argumentou.

O secretário relatou que a construtora fez o pedido de correção dos insumos pelas altas no período da pandemia de Covid-19, complementando posteriormente nos meses seguintes, quando na verdade deveria formalizar novos requerimentos. “Isso causou estranheza por parte da empresa ao ver que não tínhamos feito a consideração dos itens solicitados. Mas tinham que ser feitos pedidos separados para cada item. Isso está sendo corrigido e estamos fazendo uma revisão para chegar num denominador comum do que é possível. Feito isso entendemos que deverá contemplar a expectativa da empresa”, ponderou.

A projeção é de que o resultado sobre as solicitações complementares da empreiteira saia nos próximos dias. “É uma planilha extensa, a obra tem muitos insumos e demanda trabalho grande. Temos rigor dos trabalhos técnicos para que não haja duvida de ninguém em relação ao que está sendo concedido. O que deflaciona corrigimos também. A obra está andando. A empresa se compromete a entregar, mas deixa bem claro que precisa do reequilíbrio”, reforçou.

ESTRUTURA

A nova sede do Samu terá mais de 1.600 metros quadrados de área construída e reforma de mais 430 metros quadrados já existentes, contando com heliponto, piso térreo e mais três andares. A ordem de serviço autorizando a construção foi assinada em julho de 2020, com previsão inicial de entrega em 12 meses. Atualmente, o serviço funciona em duas bases com endereços distintos. Já a unidade móvel, com helicóptero, é abrigada no aeroporto Governador José Richa.

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