Nas paredes e nas portas, o ambiente mostra que a proposta é de uma verdadeira imersão na língua inglesa. “Good morning” (bom dia), “please” (por favor), “bye” (tchau) são palavras muito utilizadas e que não ficam restritas às aulas de inglês, que já fazem parte da grade curricular. A proposta no Complexo Educacional Municipal Professora Ivanildes Gonçalves, no jardim Santa Paula, em Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina), vai além e quer fazer do inglês parte da rotina, como uma língua adicional.

Neste ano, a unidade se tornou a primeira escola pública bilíngue do Paraná. “A escola bilíngue é um método pedagógico de inclusão de língua estrangeira. Optamos pela língua inglesa, que é a mais usada no mundo e a cidade tem um perfil histórico, já que temos na rede a disciplina de inglês desde 2009. Pelo menos 30% das aulas são ministradas em inglês: ciências, arte, educação física, matemática. Esse método conta com dois professores regentes: um de língua nativa e o outro de língua estrangeira inglesa”, explicou Antonio Prata Neto, secretário municipal de Educação.

O ensino bilíngue no complexo educacional engloba as crianças desde o berçário e vai até 1º ano do fundamental. São 140 meninos e meninas. “Para os pequenos, por exemplo, as professoras falam, gesticulam, mostram imagens para que entendam naturalmente. É criar o ambiente”, detalhou a diretora da unidade, Patrícia Ranieri Sípoli. “Os alunos têm rotina todos os dias com professores do bilíngue. São quatro professores com formação específica. Não é uma escola de inglês, mas que trabalha as duas línguas de forma natural”, frisou.

Imagem ilustrativa da imagem Ensino bilíngue público em Ibiporã: inglês na ‘ponta da língua’
| Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

O planejamento é para que o ensino se torne em as duas línguas - português e inglês - também para as turmas de 2º, 3º, 4º e 5º ano do fundamental de maneira gradativa. A escola tem, no total, 235 estudantes. “Estes alunos só não têm o material didático igual os demais, porém, já têm uma rotina bilíngue. Fazem atividades em inglês, na entrada são acolhidos com músicas em inglês”, exemplificou Roberta Martins Zucoloto, coordenadora pedagógica.

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Pelo menos 30% das aulas são ministradas em inglês: rotina bilíngue para crianças desde o berçário até o 1º ano fundamental
Pelo menos 30% das aulas são ministradas em inglês: rotina bilíngue para crianças desde o berçário até o 1º ano fundamental | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

FORMAÇÃO

O material didático bilíngue foi produzido numa parceria entre o município e a FAUEL (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Estadual de Londrina). A entidade também foi responsável pela formação de 50 professores, ao longo de seis meses do ano passado, para que os educadores tivessem a proficiência necessária. Vinte deles foram destacados para atuar no Complexo Educacional Municipal Professora Ivanildes Gonçalves.

CULTURA BILÍNGUE

As professoras frisam que o grande desafio tem sido criar a cultura bilíngue, já que é uma novidade para todos. “Tínhamos uma escola que vinha com um outro tipo de grade. Então, estamos criando esta cultura do zero. Temos mostrado para as famílias como funciona, as atividades têm QR Code que os pais podem acessar para ter mais informações. Temos tido bons resultados. No berçário, por exemplo, as crianças cantam uma música em inglês como se fosse português. Eles não veem dificuldades”, relatou Larissa Gonzaga Kamaura, que também é coordenadora pedagógica.

Na avaliação de Roberta Zucoloto, os “frutos” do que está sendo ensinado agora serão colhidos a longo prazo. “O inglês é muito importante para as crianças e para compreender o mundo, que está cada vez mais globalizado. Ibiporã tem várias empresas multinacionais, assim como a região, que procuram profissionais que falam outras línguas. Além do espaço físico, a nossa cidade poderá ofertar mão de obra qualificada”, elencou.

Material didático foi produzido em parceria com a FAUEl, fundação que também foi responsável pela formação dos professores
Material didático foi produzido em parceria com a FAUEl, fundação que também foi responsável pela formação dos professores | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

CICLO AMPLIADO

De acordo com o secretário de Educação de Ibiporã, Antonio Prata Neto, o município iniciou conversas junto à Seed (Secretaria de Estado da Educação e do Esporte) para que o Complexo Educacional Municipal Professora Ivanildes Gonçalves também tenha o ensino fundamental dois, com turmas de 6º, 7º, 8º e 9º ano. “Isso permitiria que as crianças tivessem um ciclo ampliado do ensino bilíngue”, projetou.

Prata Neto também disse que o método implantado na rede municipal em 2022 poderá ser levado para outras unidades. “Foi criada e política de valorização do professor bilíngue, em que estimulamos o professor da rede a procurar a proficiência da língua inglesa. Dessa forma poderemos expandir”, pontuou. O poder público municipal passou a oferecer gratificação para professores regentes em língua adicional inglês.

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