Imagem ilustrativa da imagem Em Apucarana, 17 pessoas são investigadas por casos de 'fura-fila' da vacina
| Foto: Pixabay

O MPPR (Ministério Público do Paraná) denunciou 17 pessoas investigadas por possível envolvimento em casos de “fura-fila” da vacinação contra a Covid-19 em Apucarana (Centro-Norte). A ação penal decorre de apuração relacionada à conduta de uma falsa enfermeira que teria desviado doses de vacinas no município.

De acordo com a denúncia feita na segunda-feira (31) pela 2ª Promotoria de Justiça da Comarca, a mulher suspeita, admitida para trabalhar como voluntária pelo coordenador da Vigilância Epidemiológica do município, exerceu ilegalmente a profissão de técnica de enfermagem e teria aplicado a vacina, entre 16 de abril e 11 de maio, em pelo menos 12 pessoas que não preenchiam os requisitos dos grupos prioritários.

Além disso, de acordo com o MP, investigações apontaram que o coordenador responsável por sua admissão também teria aplicado a vacina, no início deste ano, no filho – não integrante de nenhum grupo prioritário – de outro servidor, por ocasião da imunização em uma casa de repouso de idosos do município.

Todos os envolvidos (três deles, servidores públicos) foram denunciados, inclusive a proprietária da casa de repouso onde ocorreu a vacinação indevida, uma vez que ela teria conhecimento da conduta ilícita. Pelas condutas apuradas, os agentes públicos e os particulares indevidamente beneficiados foram denunciados pelos crimes de peculato e infração de medida sanitária.

Aos que receberam as doses ilegalmente, o Ministério Público propôs acordo de não persecução penal, mediante o pagamento de prestação pecuniária de R$ 22 mil por cada um dos réus.

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Além da condenação criminal, a Promotoria de Justiça requereu que o coordenador da Vigilância Epidemiológica seja afastado da função pública, bem como seja proibido de manter contato com as testemunhas e ter acesso às dependências da Autarquia Municipal de Saúde e aos locais de vacinação. O processo tramita na 1ª Vara Criminal de Apucarana.

NOTA

Procurada pela FOLHA, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Apucarana divulgou uma nota oficial sobre o caso. "Com relação à denúncia apresentada pelo Ministério Público do Paraná, no caso da falsa enfermeira, que atuou indevidamente no processo de vacinação em Apucarana, o secretário de saúde de Apucarana, Roberto Kaneta, informa que o coordenador da epidemiologia já havia sido afastado e que a sindicância instaurada no âmbito da autarquia de saúde está investigando minuciosamente a conduta de servidores que participam da imunização. Ao mesmo tempo, Roberto Kaneta, reitera que a Autarquia de Saúde, bem como a Prefeitura de Apucarana, são os maiores interessados na apuração rigorosa do caso, considerando que foram vítimas das condutas irregulares da falsa enfermeira, com a vacinação indevida de doze pessoas.", diz a nota. (Com informações do MP e da prefeitura municipal)

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