Na presença de muitos fiéis reunidos na Santa Missa na Catedral Metropolitana de Londrina, a Arquidiocese de Londrina lançou nesta quarta-feira de Cinzas (2), a Campanha da Fraternidade 2022, que traz o tema “Fraternidade e Educação” e o lema bíblico “Fala com sabedoria, ensina com amor”.

A Campanha da Fraternidade é realizada sempre na Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa que vai da quarta-feira de Cinzas até a quinta-feira santa. “É o tempo em que nos solidarizamos na fé, mas também na prática com todas as realidades em que há necessidade de conversão, seja pela oração que nos aponta para o nosso contato com Deus, pela penitência e pelo jejum, que nos leva a uma compreensão mais profunda da realidade humana, como também pela esmola, que nos coloca em contato com as pessoas diretamente necessitadas. São práticas que nunca vão deixar de existir enquanto procurarmos uma vida cristã mais autêntica”, explica o arcebispo de Londrina, Dom Geremias Steinmetz.

Ele falou nesta manhã sobre o tema da campanha, na presença do padre José Eduardo Martins, assessor da Pastoral da Educação, e do padre Alexandre Alves Filho, coordenador da Ação Evangelizadora.

Imagem ilustrativa da imagem Educação é tema da Campanha da Fraternidade
| Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

“O objetivo é recordar a grande verdade que nos foi iluminada no Conselho Vaticano II, que é a Igreja se colocar a serviço e em diálogo com a sociedade. Desde 1964, a Campanha da Fraternidade levanta questões importantes para a sociedade brasileira, no sentido de iluminar tal realidade para que, de fato, possamos crescer na busca do humanismo e da solidariedade, cada vez mais arraigado nos direitos da pessoa humana, na doutrina social da Igreja”, afirma.

Ele cita a importância do diálogo para o conhecimento da realidade e dos problemas do mundo, assim como um caminho para a luz da fé cristã. “Para podermos, de fato, contribuir com a solução de tantas questões que ainda não estão totalmente iluminadas no Brasil, seja pelas leis ou mesmo pelo trabalho da evangelização, para que a fé cristã seja protagonista também na cultura do nosso povo”, diz. O arcebispo também falou sobre o caminho da correção, como uma mudança para uma vida de melhor e destacou que isso deve ir além, atingindo o poder público, que deve agir por meio de políticas públicas.

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Essa é a terceira vez que a temática da educação é abordada na campanha. O tema já foi objeto de reflexão e ação eclesial em 1982 e 1998. De acordo com a introdução do texto-base, foi “a realidade de nossos dias que fez com que o tema educação recebesse destaque, um tempo marcado pela pandemia da Covid-19 e por diversos conflitos, distanciamentos e polarizações”.

PRESENCIALIDADE

Dom Geremias lembra que a pandemia afetou todas as crianças e adolescentes porque não houve presencialidade nas escolas “e também por uma certa ilusão, achando que a internet estivesse em todos os lugares e de fácil acesso para todas as crianças e lares. Isso não é verdade e quem acabou perdendo muito foram os estudantes, assim como muitos professores. Penso que é uma das questões que precisam ser enfrentadas para ver como se pode dar respostas mais diretas e mais assertivas para que essas crianças não cresçam com tanta deficiência na área da educação”, comentou.

Como assessor da Pastoral da Educação da Arquidiocese de Londrina, o padre José Eduardo Martins, explicou que uma série de ações vêm sendo realizadas há cerca de um mês. “Fizemos visitas às secretarias de Educação e o Núcleo Regional de Ensino para divulgar a campanha, assim como promovemos momentos de formação nas paróquias e palestras on-line", diz.

PACTO EDUCATIVO

A Campanha da Fraternidade 2022 é impulsionada pelo Pacto Educativo Global, convocado pelo Papa Francisco. Na carta convocação ao Pacto, o Romano Pontífice apresenta elementos constitutivos de uma educação humanizada que contribua na formação de pessoas abertas, integradas e interligadas, que também sejam capazes de cuidar da casa comum já que a “educação será ineficaz e os seus esforços estéreis se não se preocupar também em difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida, à sociedade e à relação com a natureza”, conforme explicitado na Encíclica Laudato Si’, 2016, nº 215.

“O Pacto Educativo foi apresentado como uma prática importante para colocar na pauta da educação, questões como solidariedade e da ecologia integral. “Hoje, a proteção do ser humano passa também pela compreensão e respeito na área da ecologia. Precisamos de práticas diferentes e isso passa muito pelas áreas de economia, da ciência, da produção de alimentos, entre outros. O pacto deverá se estender pelas próximas décadas e a ideia é desenvolver novas práticas”, explicou. (Com Pascom)

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