O desperdício de material começa ainda na fonte, nas residências dos londrinenses. No lugar dos 2,8 quilos de resíduos recicláveis separados mensalmente em cada domicílio, os pesquisadores avaliam que esse número poderia ser ampliado, chegando a 15 quilos. "Relatório do Ipea diz que entre 30% e 40% dos resíduos sólidos urbanos domésticos poderiam ser reciclados, mas o município está reciclando 6%", comentou a professora do Departamento de Administração da UEL e coordenadora da pesquisa Gestão de Resíduos Sólidos Recicláveis de Londrina, Lilian Aligleri. O rejeito da reciclagem, também encaminhado ao aterro pelas cooperativas, é de 23%.

"A gente acredita nesse modelo baseado na cooperativa, mas o que a gente tem que fazer é repensar desde a forma como as cooperativas são gerenciadas até o processo de integração dos diferentes agentes porque a gente vê que o poder público fez a parte dele, criou as cooperativas e as condições para que elas existissem, mas não é suficiente", avaliou a professora de administração Samara Silva Headley. Para funcionar adequadamente e gerar lucro, a professora defende um trabalho integrado entre associações comerciais, poder público, Ministério Público, universidades e a sociedade como um todo. "É importante que a gestão da coleta seletiva entre na agenda política como sendo algo relevante para o município. Eu, pessoalmente, identifico que a coleta seletiva em Londrina ainda não é vista como uma política pública que merece destaque", acrescentou Aligleri. (S.S.)

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