O impasse entre a Prefeitura de Londrina e a empresa MTX Construções, de Palmitinho, interior do Rio Grande do Sul, sobre as obras da nova sede do Samu parece bem longe do fim. Depois de ser notificada na semana passada, a construtora explicou o porquê da ausência de operários no local, na avenida Dez de Dezembro, na zona leste.

A resposta foi enviada à administração municipal na noite da última segunda-feira (11). Na mensagem, que foi obtida pela FOLHA, a MTX comentou "que não tem mais condições de continuar a execução sem que seja feita a adequação das planilhas de valor com preços atualizados com a realidade de mercado".


Em vistoria realizada na semana passada, fiscais da Secretaria de Obras encontraram máquinas desligadas e materiais espalhados pelo pátio do espaço, que fica ao lado do Terminal Rodoviário e onde antigamente funcionava um posto de combustíveis da Petrobras. Como consequência, a prefeitura notificou a empresa para que retomasse imediatamente os trabalhos.

O prédio do Samu começou a ser erguido em julho de 2020 e deveria estar pronto no segundo semestre do ano passado. Agora, o novo espaço deve ser concluído até o final de abril, como estipula a prorrogação contratual mais recente.

Somando reajustes e reequilíbrios, o valor do contrato pulou de R$ 4,5 milhões para R$ 5,1 milhões. O último aditivo, de R$ 111 mil, foi repassado na semana passada. Mesmo assim, a terceirizada gaúcha está descontente.

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"Tivemos que tomar empréstimos para custear os prejuízos, o que chegou em um ponto de inviabilidade de manutenção da prestação dos serviços sem que sejam resolvidas todas as demandas pendentes", diz o ofício.

Segundo a construtora, os trabalhos também foram interrompidos porque o pagamento das medições da obra pelo Governo do Paraná - de onde vem a maior parte do dinheiro - estava atrasado desde janeiro.

Em reunião no começo de março, a MTX Construções sugeriu a paralisação temporária "até que todas as pendências fossem resolvidas". Os representantes da terceirizada afirmam que buscaram resolver as demandas com a prefeitura "por meio de reunião presencial, telefone e videoconferência".

Mas a resposta do poder público sempre foi a mesma. "Sempre fomos informados que as solicitações estavam sendo resolvidas e que a obra não poderia paralisar". Procurada pela FOLHA, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Londrina não retornou o contato para responder as reclamações da MTX.

PROJETO

A nova sede do Samu terá três andares, com refeitório, alojamento para os funcionários, almoxarifado e recepção. A novidade será um heliponto de atendimento aeromédico. Enquanto a obra permanece parada, socorristas e servidores se dividem em duas bases, situadas nas regiões leste e central.

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