Máquinas desligadas, materiais espalhados pelo pátio, serviços que ainda precisam ser executados. Este é o cenário da obra de construção da sede do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em Londrina, na avenida Dez de Dezembro, zona leste. A prefeitura notificou a empresa responsável na última quarta-feira (6) após realizar uma fiscalização e constatar que não havia operários atuando no lugar.

No despacho, o engenheiro determina “a retomada imediata dos trabalhos” e alerta que “a paralisação dos serviços pode dar causa a penalidades contratuais, respeitando o contraditório e a ampla defesa”. A reportagem esteve no canteiro na manhã de quinta-feira (7) e também não viu movimentação de trabalhadores. “Faz umas duas semanas que está tudo parado. Só tem um segurança aí dentro”, relatou o motorista Donizete Rossi.

A notificação acontece na mesma semana que o município oficializou um aditivo no contrato no valor de R$ 111 mil, atendendo pedido de reequilíbrio econômico-financeiro solicitado pela empreiteira, que tem sede em Palmitinho (RS). “O desequilíbrio corresponde à somatória dos valores residuais das variações dos custos unitários ocorridas entre a data da proposta (23/08/2019) e as datas dos protocolos da empresa, descontados os reajustes contratuais já concedidos e a variação máxima a ser suportada pela contratada”, destaca o documento.

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NOVO PREÇO

Somando reajustes, reequilíbrios e repactuações do contrato o preço total da obra saltou de R$ 4,5 milhões para R$ 5,1 milhões. A maior parte do recurso é proveniente do Governo do Estado. A construção começou em julho de 2020 e deveria ter sido finalizada no segundo semestre do ano passado. No entanto, foram liberados mais prazos, sendo quatro prorrogações.

O último adiamento, avalizado em janeiro desse ano, deu mais três meses, período que vence no próximo dia 21 de abril. Segundo dados da própria prefeitura, a última mediação, realizada em março, apontou 60% de execução das intervenções previstas. A pintura do prédio já foi feita, mas ainda faltam trabalhos de acabamento e calçadas do lado de fora, este último está pela metade.

Entre os serviços que ainda faltam fazer está a calçada do lado fora
Entre os serviços que ainda faltam fazer está a calçada do lado fora | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

ALUGUEL

Atualmente, o Samu conta com duas bases, que funcionam em endereços distintos, nas regiões central e leste. Um dos espaços é para atividades de regulação e o outro abriga as ambulâncias. A unidade móvel, com o helicóptero, fica no Aeroporto Governador José Richa. Pelo prédio da regulação, onde também está a Farmácia Municipal, a secretaria de Saúde desembolsa cerca de R$ 14 mil por mês para pagar o aluguel.

A sede do Samu vai contar com piso térreo e mais três andares, com espaço de refeitório, alojamento para os servidores, almoxarifado e recepção. Também haverá área de heliponto de atendimento aeromédico.

SEM RESPOSTA

A reportagem entrou em contato com a MTX Construções, porém, não teve retorno até o fechamento da matéria. Também pediu entrevista ou nota para o Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina, que não atendeu a demanda.

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