Quinze anos depois da inauguração, o Lago Cabrinha, na zona norte de Londrina, começou a receber uma grande revitalização nesta quinta-feira (26), incluindo o desassoreamento. O trabalho será coordenado pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) e Sema (Secretaria Municipal do Ambiente), com a colaboração de outras pastas da prefeitura no decorrer das atividades.

A primeira etapa do serviço compreende o desassoreamento dos dois lagos, que atualmente são praticamente inexistentes, tamanha a quantidade de resíduos e vegetação invasora presentes. Para permitir que o maquinário acessasse a área, a cisterna que forma o lago foi esvaziada para retirar os detritos que ocupam o reservatório e acabam impedindo o fluxo hídrico. O espaço será limpo em três etapas. A primeira contempla o trecho próximo à rua Pintarroxo. Posteriormente, é a vez do canal que conduz a água e, por último, a região da barragem, na rua Anuar Caram.

Segundo o prefeito Marcelo Belinati, ainda estão previstas outras melhorias para resgatar a qualidade do lugar. “Faremos um trabalho de revitalização de todo o espaço público, com recuperação da pista de caminhada, instalação de iluminação em LED no entorno e interior do lago, equipamentos públicos, parquinhos, colocação de bancos. Tudo isso para que possamos fazer a população voltar a frequentar este espaço”, elencou. “Após tudo pronto a prefeitura dará a manutenção adequada para que possa aumentar o 'tempo de vida' daqui”, garantiu.

icon-aspas "Após tudo pronto a prefeitura dará a manutenção adequada".

Somente na parte interna, a projeção da Sercomtel Iluminação é colocar 153 pontos de luminárias ornamentais. O Lago Cabrinha, que foi criado com a denominação de Complexo de Lazer do Córrego Cabrinha, tem 127 mil metros quadrados de área e 1,7 mil metros de pista de caminhada. Não foi estipulado prazo para que todo o serviço seja finalizado.

Três máquinas serão usadas na remoção dos sedimentos acumulados. Eles serão deixados na margem do lago para secar e facilitar o transporte para a CTR (Central de Tratamento de Resíduos), na zona leste, onde ficarão depositados. “A Sema autorizou o trabalho e pelo tipo de material a melhor destinação é o aterro sanitário”, explicou José Roberto Behrend, responsável pela secretaria. Existe a expectativa de usar este material em outras ações. “Vamos fazer análise e observar se existe a possibilidade de uso na agricultura, compostagem, temos viveiro, ou outra destinação”, acrescentou.

icon-aspas "Hoje está poluído, assoreado e cheio de sujeira".

CONSCIENTIZAÇÃO

Bastou a máquina começar a retirar os dejetos e fazer barulho para chamar atenção dos vizinhos e transeuntes, que foram ao local para saber o que estava acontecendo. Morador do conjunto Violim, o construtor de edificações aposentado Joaquim Rodrigues de Oliveira afirmou que o trabalho é extremamente necessário. “Está horrível atualmente. Muito disso é culpa da população que joga lixo nas ruas e bueiros. Vem tudo para o lago. Agora, as pessoas precisam tem consciência”, advertiu.

Para o presidente da associação de moradores do conjunto Ruy Virmond Carnascialli, Eduardo Francischini, a revitalização poderá oferecer, novamente, uma opção de lazer para as famílias. “Quem mais agradece é a natureza. Hoje está poluído, assoreado, cheio de sujeira. Poderemos ter de volta um lugar bom para frequentar. Quando tudo terminar, a prefeitura deveria criar um canal de comunicação junto à população para fiscalização, porque se não cuidar, não adianta.”

LAGO NORTE E IGAPÓ

Após o Lago Cabrinha, estão previstas revitalizações no Lago Norte e Lago Igapó. No primeiro caso, também será promovido o desassoreamento e recuperação dos equipamentos públicos. Reportagem da FOLHA publicada nesta semana mostrou a situação do local, que por conta dos problemas, a utilização plena do que está à disposição é impossibilitada. A estimativa é de troca de 66 pontos de luz para LED.

Já no Igapó 2 vão ser instalados 302 pontos de iluminação com LED e em todos haverá melhorias em parquinho, bancos, equipamentos e pista de caminhada. “Não existe previsão para o desassoreamento do Lago Igapó, pois, é um trabalho que tem um custo muito alto”, alegou o chefe do Executivo municipal. De acordo com Belinati, estudo feito há três anos mostrou que seriam necessários R$ 27 milhões para desassorear.

Foram locadas pela CMTU, via licitação na modalidade tomada de preço, três mil horas de escavadeira hidráulica e mão de obra para operar a máquina, que vão ser usadas nas benfeitorias nos lagos. No Lagoa Dourada, zona sul da cidade, uma licitação vai ser lançada para realizar reparos e construir infraestrutura.