Frequentadores reclamam de estado do Lago Norte de Londrina

Frequentadores do Lago Norte do conjunto Milton Gavetti, zona norte de Londrina, estão insatisfeitos com a situação do espaço e pedem melhorias por parte do poder público. Cerca de 12 anos desde sua finalização, o local apresenta série de adversidades, sendo que boa parte delas foi ocasionada pela falta de manutenção ao longo do tempo. O lago é um dos principais pontos de atividades recreativas e de passeio ao ar livre de moradores da região.

Dos dois parquinhos de madeira, poucos são os brinquedos que podem ser utilizados pelas crianças. Com vários deles quebrados, os que restaram apresentam problemas, como ferros soltos ou faltando e madeiras mal fincadas, oferecendo até mesmo risco para aqueles que se arriscam a fazer uso. Um amontoado de lenha ainda divide a paisagem próxima aos brinquedos. Na academia ao ar livre, vários equipamentos estão enferrujados, enquanto que outros denotam faltar peças, impedindo que sejam manuseados para a prática esportiva.

Trabalhando há quatro anos no Lago Norte vendendo caldo de cana, Oscar Cardoso lamentou o estado do lugar, o que, segundo ele, afugenta até os clientes. “Está cheio de mato. Além disso, eles deveriam colocar uma proteção nesta parte que dá para o Ribeirão Lindóia pela avenida Curitiba. Há alguns dias um homem jogou uma moça dentro do lago depois de brigarem. Tem madeira da ponte da barragem que está caindo. Pode, qualquer hora, alguém encostar e ir para a água, um perigo. O movimento aqui é maior aos fins de semana”, relatou.

"Tem madeira da ponte da barragem que está caindo. Pode, qualquer hora, alguém encostar e ir para a água".

BANCOS
Dos bancos espalhados pela grande área cortada pelo Ribeirão Lindóia, dá para contar sem dificuldade aqueles que estão em bom estado. A maioria tem algum problema, como falta de madeira do assento ou o encosto sem pregos e com parafusos à mostra, sem contar aqueles que estão tombados. Das três quadras que compõe a estrutura, a de futebol e a de basquete estão bem cuidadas. O mesmo não pode ser dito da quadra de areia, que está desnivelada e com vegetação se espalhando.

“Este lago foi feito para ser um ponto que pudéssemos frequentar, trazendo qualidade de vida. Entretanto, está feio visualmente e pouco do que temos podemos usar com tranquilidade. Antes, trazia meu filho com mais frequência. Agora, é só de vez em quando e tem que ficar de olho para ele não se machucar com os materiais expostos. É uma pena perdermos um lugar que já foi ótimo”, lamentou a dona de casa Vanessa dos Santos.

PONTE
Pelo lado da rua Professora Célia Gonçalves Dias, a reclamação é em relação a uma ponte que está sendo colocada onde ficava uma outra de madeira. A anterior, que tinha aproximadamente três metros de largura, foi danificada após fortes chuvas. A que vem sendo instalada, de ferro, tem apenas 70 centímetros. “É uma pinguela que não nada tem a ver com a que tínhamos antes. No mínimo, precisavam colocar algo do tamanho que era. Isso é risco para a população. Começaram a mexer há cerca de duas semanas e faz dias que não vejo ninguém trabalhar”, contou o caminhoneiro Márcio Diniz, morador do jardim Paraíso.

O que sobrou da ponte de madeira foi deixado ao lado de onde vem sendo executado o serviço. Uma árvore caída também está próxima. Apesar da água turva e com mau cheiro em alguns pontos, populares se arriscam a pescar na localidade, não se importando com os riscos. “Viemos para passar o tempo. É difícil conseguir um peixe”, reconheceu o autônomo João Castro. O assoreamento do Ribeirão Lindóia é perceptível. “Tem lugar que vê o fundo”, acrescentou.

DESASSOREAMENTO
O setor de comunicação da Prefeitura de Londrina informou que será lançado nos próximos dias trabalho de desassoreamento do Lago Norte do Milton Gavetti. A ação será realizada em parceria entre a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) e a Sema (Secretaria Municipal do Ambiente). A reportagem procurou a assessoria de imprensa da companhia, que confirmou a medida, afirmando que outras melhorias estão previstas. Entretanto, não informou mais detalhes até o fechamento desta matéria.

Sobre a ponte, o secretário de Obras e Pavimentação, João Verçosa, explicou que este mesmo padrão de estrutura está sendo colocado em fundos de vale de várias regiões da cidade. Ele reconheceu que o serviço para conclusão está atrasado. “Faltaram alguns materiais e a expectativa é que seja finalizado até o final da semana que vem”, projetou.