O vazamento de informações veiculadas em uma campanha interna de conscientização dos funcionários do HU (Hospital Universitário) em Londrina sobre os riscos de infecção pela Covid-19 gerou uma série de postagens nas redes sociais no último final de semana. Algumas delas questionando a eficácia das vacinas, o que levou a CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) da instituição a prestar esclarecimentos à comunidade.

Imagem ilustrativa da imagem Campanha interna vaza e leva HU de Londrina a esclarecer sobre eficácia de vacina
| Foto: Isaac Fontana - FramePhoto - Folhapress

Nas redes sociais, a foto de um cartaz afixado no hospital revelava que no último mês de maio 53 servidores imunizados com a primeira ou segunda dose da vacina contra o novo coronavírus foram infectados pela Covid-19. Entre os contaminados, a maioria profissionais de saúde, parte havia recebido uma dose da vacina e outra parte, as duas doses, tanto da AstraZeneca quanto da Coronavac.

A médica infectologista e coordenadora da CCIH do HU, Cláudia Maria Dantas de Maio Carrilho, explicou que o cartaz foi veiculado sem antes passar pela direção do hospital e que a foto que circulou nas redes sociais mostrava apenas a primeira página, com o levantamento dos infectados, sem mostrar a segunda página, que falava sobre os cuidados preventivos contra a Covid-19. Diante do vazamento “inadvertido e equivocado”, a campanha foi suspensa e será refeita.

“Tivemos um momento de calmaria no setor, mas começou a aparecer um número maior de profissionais de saúde infectados necessitando de afastamento das funções. Então, foi solicitado um levantamento de quantos funcionários haviam sido afastados, quantos eram vacinados e com qual vacina. Tentamos trabalhar em uma campanha interna alertando que não é porque vacinou que pode relaxar as medidas de prevenção”, disse Carrilho.

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TODOS CASOS LEVES

A coordenadora da CCIH destacou que todos os 53 casos de Covid-19 registrados no mês passado entre os servidores do hospital foram leves, sem necessidade de internamento e sem óbito. “Apesar de boa parte da população do HU estar vacinada, nenhuma vacina confere 100% de proteção para casos leves. Os profissionais têm familiares não vacinados. A gente sabe que o vírus está circulando na cidade, isso tem sido demonstrado diariamente pelos boletins”, disse a médica infectologista.

Carrilho esclareceu ainda que os imunizantes disponíveis oferecem proteção entre 50% e 70% e que, portanto, é esperado um número de imunizados contaminados. Ela ressaltou também que pessoas infectadas que desenvolvem as formas mais brandas da doença, podem ser um transmissor do vírus. “A vacina nos ajudou demais. Se não tivéssemos o imunizante, teríamos um absenteísmo muito maior aqui no hospital. O papel da imunização foi fundamental e é importante estar aumentada na população em geral."

Embora o HU tenha uma alta taxa de imunização, fora do hospital o percentual ainda é baixo e, por isso, não é possível baixar a guarda contra a doença, mantendo as regras de distanciamento social, sem deixar de lado a higienização das mãos com álcool gel e o uso de máscara, reforçou a infectologista..

A coordenadora da CCIH lembrou que para haver um controle mais efetivo da disseminação do vírus na comunidade é preciso uma taxa de vacinação em torno de 75%. No Paraná, esse índice está abaixo de 15%. E para que o imunizante atinja o grau máximo de eficácia, são necessárias duas doses. “A imunização não é imediata. É preciso um intervalo de 15 dias após a segunda dose. Vacina, sim, para todo mundo, o mais rápido possível. E não precisa escolher o tipo de vacina. Precisa tomar as duas doses”, orientou Carrilho.

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