Implantados há mais de um ano nos semáforos da avenida Dez de Dezembro, na zona leste de Londrina, os bolsões de proteção para motociclistas ainda são desrespeitados por muitos condutores de veículos. Essa é a constatação de quem passa pela via ou trabalha nas proximidades.

“É uma ferramenta muito boa para o trânsito, mas os motoristas em geral não respeitam. Tem muita gente que ainda desconhece esse recurso e freia em cima do bolsão. Aí não tem sentido”, desabafa o entregador Leandro Ferreira, que circula de moto diariamente pela cidade.

A medida foi implantada pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) em fevereiro de 2021, em caráter experimental, em dois semáforos no cruzamento da avenida Dez de Dezembro com as ruas Potiguares e Santa Fé, nas proximidades da rodoviária. Os bolsões de motos (áreas de espera para motocicletas junto aos semáforos, delimitada por duas linhas de retenção) estão previstos no CTB (Código de Trânsito Brasileiro), que sofreu alterações em 2020. A ideia é que os motociclistas tenham um espaço exclusivo entre a faixa de pedestres e a dos demais veículos diante do sinal vermelho, e que possam sair antes dos veículos no sinal verde.

“A intenção é boa e funciona, mas acho que leva um tempo para todos os condutores acostumarem com a ideia. Eu trabalho todos os dias nesse ponto e a todo momento vejo os carros parando em cima dos bolsões”, comenta o vendedor ambulante Geraldo Diniz.

Em Londrina, o projeto de lei que prevê os bolsões foi aprovado pela Câmara de Vereadores em maio de 2019, com a expectativa de que os bolsões ajudem a reduzir acidentes de trânsito envolvendo motociclistas e tragam maior fluidez em vias mais movimentadas.

CORREDORES ENTRE VEÍCULOS

Sem os bolsões, ao parar nos semáforos os motociclistas acabam formando "corredores" entre os veículos, o que aumenta o risco de acidentes. “Em horários de pico esses corredores geram muita confusão. O espaço é estreito e muitos carros acabam não enxergando as motos. A iniciativa é ótima, mas tem que ampliar para outros locais e conscientizar os motoristas em geral”, diz o motociclista Clodoaldo de Oliveira Carvalho.

Imagem ilustrativa da imagem Bolsões para motos ainda requer conscientização dos londrinenses
| Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

NOVOS PONTOS

Na avenida Dez de Dezembro, além da sinalização horizontal que delimita a área dos bolsões, há placas verticais que, para Carvalho, são insuficientes. “Não é uma sinalização que os condutores estão acostumados. Ainda é uma novidade e, por isso, acho que deveria ter mais campanhas educativas”, afirma.

Quando os bolsões foram implantados, a diretoria de Trânsito da Companhia informou que a adaptação seria acompanhada em um período de seis meses para avaliar os resultados e aceitação. Esse período de teste é que irá direcionar o órgão sobre a possibilidade de implantar novos bolsões, como nas avenidas Arthur Thomas e Leste-Oeste.

Sem citar dados, o diretor de Trânsito da CMTU, major Sérgio Dalbem, afirma que os resultados que estão observados até o momento são “bons, visto que os motociclistas, agora com mais tempo (desde a implantação dos bolsões), estão se adaptando melhor à parada na frente dos automóveis dando, inclusive, espaço para outros. No começo havia os motociclistas que ocupavam os bolsões, bloqueando parte do espaço”.

O órgão adiantou que novos pontos de bolsões estão em estudo. Quando os locais forem definidos e divulgados oficialmente, outras campanhas educativas deverão ocorrer. “O uso da sinalização (dos bolsões) é interessante, melhora o fluxo, evita o confronto de motocicletas com veículos na abertura do semáforo e traz maior segurança a todos”, ressalta Dalbem.

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