Imagem ilustrativa da imagem Câmara aprova "bolsões" de proteção de motociclistas em semáforos
| Foto: Marcos Zanutto/16-11-2018

Em votação apertada, a Câmara Municipal de Londrina aprovou, em primeira discussão, nessa terça (30) o projeto de lei que prevê a implantação de “bolsões” de proteção para motociclistas. A proposta é do vereador Jairo Tamura (PR) para implantar a faixa exclusiva entre os carros e a de pedestres nas vias com semáforo. Doze vereadores aprovaram a matéria, cinco se abstiveram e o vereador José Roque Neto (PR) foi contrário ao tema.

Os “bolsões” seriam espaços livres, sinalizados e demarcados exclusivamente para que motociclistas se posicionem à frente dos demais veículos durante o tempo de espera pela abertura do sinal, como forma de garantir mais segurança a esses condutores.

Segundo a CMTU, no ano passado 83 pessoas morreram vítimas de acidentes de trânsito, sendo 40 motociclistas. Para Tamura, a medida seria implantada primeiramente em cruzamentos com maior índice de colisões entre carros e motos. “É uma questão de segurança para os motociclistas. Se a gente tiver uma sinalização diferenciada e as motos forem preservadas desse contato, já começamos o primeiro passo, já que são mais de 80 mil motos no trânsito de Londrina”, defende.

O autor argumenta ainda que medida similar já foi adotada em vários municípios do Estado de São Paulo, como Araçatuba, São Bernardo do Campo e na capital paulista.

Na Câmara, dois motociclistas foram acompanhar de perto a votação do projeto, que está longe de ser unanimidade. Jacson Bordin disse que nunca viu um “bolsão” de perto. Mas considerou importante a ideia de uma área destinada exclusivamente para motos nos semáforos. “Às vezes esse tipo de acidente não entra nas estatíscas. Hoje os motoristas de carros estão desatentos no celular, mas às vezes atinge os motociclistas por trás e isso que queremos evitar.”

PARECER CONTRÁRIO

O projeto prevê que a responsabilidade para sinalização das faixas exclusivas será da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito). Mas o órgão emitiu parecer contrário à tramitação do projeto de lei. No entendimento da CMTU, não cabe ao município legislar sobre esse tema. "A competência por legislar sobre trânsito, inclusive quanto à pretendida sinalização, é do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), é privativa da União (…)", diz o trecho do parecer técnico.