Um grupo de cinco artesãs que integram a Feira Arte Mulher, programa da secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres de Londrina, estão produzindo máscaras de tecido para comercialização. A feira é realizada nas duas primeiras semanas de cada mês no Calçadão, entretanto, foi suspensa com a declaração de emergência na cidade por conta do novo coronavírus.

Sara Cavalheiro está fazendo os adereços com a ajuda da filha Lais Elizabete Silva
Sara Cavalheiro está fazendo os adereços com a ajuda da filha Lais Elizabete Silva | Foto: Arquivo pessoal

Sem o espaço, importante para a venda de produtos, algumas artesãs mudaram o foco de atuação e passaram a confeccionar o adereço, que desde quarta-feira (15) é obrigatório o uso em estabelecimentos e transporte público. “Para algumas mulheres a feira é o único meio de subsistência, enquanto outras têm mais atividades”, explicou Carla Patrícia Rodrigues Ramos, diretora de Articulações de Políticas Públicas para as Mulheres do município.

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O projeto conta com 15 participantes. Algumas entraram com pedido do auxílio emergencial do governo federal para poder compensar a queda nas vendas. “As mulheres que estão vendendo as máscaras têm demonstrado muito capricho, são boas costureiras e apresenta uma variedade de modelos. Todas seguem as orientações do Ministério da Saúde”, valorizou.

REDES SOCIAIS

Habituada a fazer bonecas e bichos de tecido, Sara Cavalheiro viu a oportunidade de alterar a temática do trabalho quando as pessoas começaram a procurar por máscaras de maneira intensa. “Num primeiro momento fiz para doar na UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro e família. Viram, me pediram e decidi vender. Iniciei nesta semana”, relatou. Entre os principais clientes estão servidores da Prefeitura de Londrina.

A divulgação tem sido pelas redes sociais da filha, Lais Elizabete Silva, que ajuda na produção. “O artesanato é nossa única fonte de renda”, apontou. Apesar da crise gerada pela pandemia, os pedidos pelos produtos que já executava não diminuíram e a artesã tem dividido o serviço. O tecido que vem sendo utilizado para as máscaras é o tricoline, 100% algodão, em cores neutras e floral.

Os modelos são dois: com elástico que fica atrás das orelhas e tipo cirúrgica. A unidade custa R$ 5. “Dependendo da quantidade consigo dar um desconto. Se a pessoa mora perto de casa consigo levar, mas se é de outra região combino de entregar no centro”, explicou Cavalheiro, que mora no jardim San Fernando, zona leste.

COMPLEMENTO

Comercializando vestidos para bebês e crianças há aproximadamente dois anos, mas com longa experiência com artesanato, Vera Lúcia de Aquino passou a confeccionar máscaras de pano antes da recomendação do Ministério da Saúde e do decreto municipal. A ideia surgiu quando ficou sabendo que a feira foi suspensa por tempo indeterminado.

“A Feira Arte Mulher começou no ano passado e estava muito empolgada. No final do mês estávamos ficando dois dias no saguão da prefeitura, íamos em outras feiras. Depois do dia 15 de cada mês, quando vendíamos no Calçadão, ficava em casa para produzir os vestidos. Com a pandemia pensei no que ia fazer e decidi pela máscara”, contou.

Aposentada, Aquino faz do artesanato um passatempo prazeroso e uma forma de complementar os ganhos. Em quase um mês já conseguiu vender mais de 200 máscaras, a R$ 5 cada. O interessado deve buscar o pedido na residência da artesã, localizada no conjunto do Café, zona leste. Verá Lúcia de Aquino tem evitado sair de casa, já que faz parte do grupo de risco para a Covid-19.

Vera Lúcia de Aquino tem máscaras com estampa e cores neutras
Vera Lúcia de Aquino tem máscaras com estampa e cores neutras | Foto: Arquivo pessoal

Quando entrega, aconselha a troca constante e a necessidade de lavar e passar com ferro bem quente, mesmo que o objeto já esteja desinfectado. “Desde que se tornou obrigatório o uso em Londrina a procura aumentou. Pessoas que não conheço ligam, falo que o tecido é tricoline, algodão. As cores que preferem são brancas e pretas”, elencou. Muitos motociclistas e profissionais da área da saúde têm procurado. Os modelos são do tipo “ninja” e elástico único.

SERVIÇO - Os interessados em adquirir as máscaras de pano ou ter mais informações pode entrar em conta com as artesãs Lina (43) 99996-5272; Marcia (43) 99631-2860; Sara (43) 9 9813-8310; Seila (43) 99924-4585; e Vera (43) 98417-8104.