Rolândia - O pequeno Pedro Lucas Peixoto, 6, não escondeu a alegria de voltar a frequentar a sala de aula. Aluno da escola municipal Garrastazu Medici, no conjunto Horácio Cabral, ele encontrou uma realidade bem diferente de quando pisou na unidade pela última vez: aferição de temperatura na entrada, tapete sanitizante, álcool em gel e distanciamento dos colegas. Após quase um ano e cinco meses, Rolândia (Região Metropolitana de Londrina) retornou às aulas presenciais nessa terça-feira (20).

Neste primeiro momento, retorno vale para turmas do infantil quatro e cinco e o primeiro ano
Neste primeiro momento, retorno vale para turmas do infantil quatro e cinco e o primeiro ano | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

A rede municipal iniciou o segundo semestre letivo no formato híbrido, ou seja, parte das crianças segue estudando remotamente e a outra parte vai à escola. O município tem cerca de 6.500 alunos. Numa pesquisa realizada junto às famílias, 52% sinalizaram positivamente por enviar os filhos, o que corresponde a aproximadamente 3.400 meninos e meninas. Nestes primeiros dias, o retorno vale para as turmas do infantil quatro e cinco e o primeiro ano. A expectativa é que em até duas semanas a medida contemple as demais.

“Tínhamos previsão de retorno em março, com avaliação diagnóstica, posterior reforço escolar, para então voltar no híbrido. Não foi possível por conta da pandemia (de coronavírus), que teve um pico. Em maio realizamos avaliação diagnóstica, algumas crianças estiveram nas instituições e agora esse retorno de forma híbrida e escalonado”, destacou Leise Camargo, secretária municipal de Educação.

A auxiliar de serviços gerais Daiane Paulino foi uma das famílias que levou o filho para a escola. Na opinião da mãe de Brendo Bernardo, 8, vai ser melhor para o garoto a sala de aula. “Esta volta é muito boa. Estava complicado, deixava ele com a babá. Vai aprender mais aqui”, apontou. Mesmo estranhando as mesas dos companheiros de classe posicionadas longe, Nicolas Bernardes, 7, disse que estava feliz. “Não via a hora de voltar. Vou aprender muito na escola”, projetou, entusiasmado. “Minha mãe me ensinava em casa, mas prefiro a professora”, confidenciou Pedro Peixoto.

Imagem ilustrativa da imagem Alunos voltam às escolas em Rolândia com ‘nova realidade’
| Foto: Pedro Marconi - Grupo FOLHA

MUDANÇAS

Segundo Silvana Cristina Borges Regatieri, diretora da escola, foi necessária uma grande adaptação no prédio e no pensamento para o “novo normal”. “Mudamos quase tudo: espaço físico, atitudes de todos nós. As salas de aulas estão com menos alunos, atividades, como lanche, com menos crianças no refeitório, brincadeiras adaptadas para não ter contato físico. É uma ‘nova escola”, explicou.

O protocolo de segurança contra o coronavírus elaborado pelo município define, entre outras regras, o distanciamento de dois metros entre carteiras para as crianças menores e dois metros entre os maiores, do fundamental. “Os pais que optaram por não mandar os filhos vão continuar recebendo os roteiros semanais para realizar atividade em casa. Os demais estarão uma semana na escola e a outra em casa para que haja troca e todos que resolveram retornar possam ser atendidos”, detalhou Leise Camargo.

Distanciamento das carteiras nas salas varia de 1,5 a dois metros
Distanciamento das carteiras nas salas varia de 1,5 a dois metros | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

SEGURANÇA

A avaliação da responsável pela pasta é de que com os professores vacinados com, pelo menos, uma dose da vacina anticovid, existe um respaldo maior em relação à saúde dos profissionais. São 580 educadores distribuídos em 21 unidades, sendo nove CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil) e 12 escolas. “Tomamos todos os cuidados, sempre pedindo acompanhamento da secretaria de Saúde. Acreditamos que dá para retornar de forma segura. Temos esperança que, vendo o movimento na escola, os outros alunos também retornem.”

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“Nós precisamos acolher essas crianças para essa ‘nova realidade’. A empatia em primeiro lugar e na parte pedagógica buscar recuperar todo esse tempo perdido. Temos um desafio muito grande pela frente, de tentar no máximo possível recuperar o que ficou para trás. Muito estudo, paciência, resiliência e buscar fazer aquilo que sempre fizemos: o melhor para nossos alunos”, afirmou Silvana Regatieri.

Imagem ilustrativa da imagem Alunos voltam às escolas em Rolândia com ‘nova realidade’
| Foto: Pedro Marconi - Grupo FOLHA

LONDRINA

Em Londrina, as aulas presenciais estão suspensas desde março do ano passado e a expectativa, já indicada pela secretaria municipal de Educação, é de que os alunos voltem a estudar nas escolas a partir de agosto, também de maneira híbrida. O último decreto envolvendo o tema vale até 30 de julho. Atualmente, os estudantes estão sendo atendidos em grupos de até seis para uma espécie de reforço e acompanhamento pedagógico. Ao todo, a rede conta com mais de 45 mil alunos.

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