Imagem ilustrativa da imagem Filtro de barro
| Foto: .Marco Jacobsen

Talvez muitas pessoas, hoje em dia, desconheçam esse personagem que tem longa história na vida dos brasileiros. Sim, conta-se que ele “apareceu” no Brasil por volta de 1910.

E, embora seja figura tradicional na cozinha de muitos brasileiros, esse produto não é próprio da zona rural, como alguns acreditam.

O que não se sabe é quem foi o brasileiro que o inventou.

Esverdeando por aí

Sabe-se que sua história remonta aos tempos da vinda dos imigrantes portugueses e italianos para o Brasil, sendo que foram eles que trouxeram as velas de filtragem que já existiam na Europa.

Contam historiadores que o desenho do filtro de argila/barro foi inventado a partir das moringas de argila feitas pelos indígenas. De modo que as moringas seriam a “geração ancestral” dos filtros de barro.

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E lá se vão 112 anos dessa invenção que persiste até os dias de hoje, mesmo apesar das tantas tecnologias.

Hoje temos filtros de água feitos de vidro, plástico, os que se acoplam à torneira etc. É uma diversidade de tecnologia que existe com a mesma finalidade. Contudo, nenhuma delas suplantou a simplicidade, eficiência e baixo custo do filtro de barro.

E olha que o filtro de barro conta com uma tecnologia muito simples para isso: são dois compartimentos em que, o superior recebe a água e provoca sua filtragem através do gotejamento, o que faz com que as impurezas sejam retidas pelo filtro, sendo que é no compartimento inferior que fica depositada a água já filtrada.

Mais vantagens desse filtro: apresenta água pura e mais fresquinha. Conforme estudiosos, a argila consegue manter a água a 5 graus celsius abaixo da temperatura ambiente.

Como? A água entra pelos poros da argila e vai evaporando, e são esses “suores” que fazem diminuir a temperatura interior e, por consequência, mantêm a água fresca (tal como acontece com o suor corporal que expelimos e que mantem nossa temperatura corporal dentro do aceitável).

Outras vantagens são: facilidade de manuseio e de realização da limpeza do filtro (o qual deve ser trocado a cada 500 litros), não há gasto de energia elétrica, e nem com química para filtrar impurezas e remover micro-organismos, também não existem dificuldades para mantê-lo limpo e funcionando.

Sem fazer apologias ao antigo, comemoremos a existência desse nosso prestativo personagem centenário que continua a nos servir bem.

Marina Irene Beatriz Polonio é leitora da FOLHA

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