A vitória do Londrina na estreia, em casa, sobre o Náutico, deu a esperança de uma temporada melhor no Brasileiro. Num campeonato de 38 rodadas, a primeira é tão importante quanto a última, pois vale os mesmos três pontos. Começar bem é fundamental, mas o equilíbrio é que vai fazer com que as metas sejam atingidas. Mas a sequência não foi boa e pontos perdidos não serão recuperados, mesmo num campeonato tão longo.

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| Foto: Ricardo Chicarelli/LEC

O torneio é de futebol, mas a matemática precisa estar ao lado. Se imaginarmos um Brasileiro em mini-metas, poderíamos dividi-lo em seis fases aproximadamente, como auxílio de projeção e acompanhamento conforme o objetivo desejado. Ou seja, utilizando a pontuação do ano passado (64 pontos para acesso e 44 para escapar do rebaixamento), ao final da sexta rodada que termina nesta segunda feira, a pontuação deveria ser de 11 pontos (para acesso) e sete (para escapar do rebaixamento). O Londrina conquistou apenas cinco pontos, já está na zona de rebaixamento com aproveitamento de 27,8% e o pesadelo do ano passado está vivo, de novo.

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Pensando na próxima mini-meta de mais seis jogos, o Tubarão precisaria somar 17 pontos em 18 disputáveis para pensar em acesso ou garantir mais nove pontos apenas pensando em não cair para a Série C, o que seria necessário um aproveitamento de 50%, quase o dobro do que o time teve até agora. Ficando só na matemática, a situação já é crítica.

O discurso do “pensar jogo a jogo” só é favorável se a equipe está dentro da meta ou próxima dela, e aí pode trocar resultados em casa ou fora num intervalo curto. O Londrina não tem mais essa possibilidade mesmo no início do campeonato. Precisa vencer e recuperar urgentemente a condição de não estar a todo jogo com a “corda no pescoço”.

Pep Guardiola em seu primeiro livro destacou que um campeonato se perde nas primeiras oito rodadas e se ganha nas últimas oito rodadas. Teoria ou não, o começo do Tubarão já exige um desgaste emocional que coloca o time sob pressão em tão curto tempo. Trabalhar em condição de só poder se obter um resultado, que é a vitória, limita ainda mais o desenvolvimento do time. É a velha busca do resultado antes do desempenho. E o Londrina ainda não tem padrão para ter desempenho e, obviamente, não vai ter bom resultado.

Toda equipe, de qualquer esporte, precisa ser tratada com harmonia nos diferentes setores e etapas: direção, planejamento, investimento, contratação, treinamento, meta e execução. O equilíbrio vai possibilitar que cada setor ou etapa no processo de uma temporada leve à conquista desejada. E para corrigir, o clube precisa descobrir em quais setores está falhando.

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