Imagem ilustrativa da imagem Mesários testemunham a transformação das eleições
| Foto: Isaac Fontana/Frame Photo/Folhapress

Quem acaba testemunhando a transformação de perfil dos eleitores ao longo das eleições são os mesários e colaboradores que trabalham no pleito. A professora Sônia Maria da Silva, 62, atuou como mesária por dez eleições, desde a década de 1980. Ela, que ficava sempre na região do Patrimônio Três Bocas, zona rural de Londrina, conta que tentou ser mesária este ano, mas por conta da pandemia de coronavírus não foi aceita. “Eu gosto de ser mesária, porque a gente reencontra várias pessoas que já deixaram o Patrimônio faz tempo”, confessa, dizendo que chegou até a perguntar se poderia pelo menos abrir a escola no dia do pleito. Essa tarefa também lhe foi negada, pois ela pertence ao grupo de risco e poderia se contaminar com o novo coronavírus.

Silva relatou que nos últimos anos viu aumentar o número de jovens na seção em que trabalhava, ao mesmo tempo que acompanhou as transformações das eleições. Ela chegou a trabalhar no tempo em que o voto era em cédulas de papel e depositadas em urnas de lona. “Quando mudou para voto eletrônico a gente ficou com medo, mas foi só ler o manual e foi fácil aprender a mexer no equipamento”, afirma.

Por ser funcionária pública, a cada dia que ela dedicava ao treinamento e ao trabalho nas eleições ganhava dois dias de folga. “Acumulei 120 dias de folga e como estou para me aposentar, vou usar esses dias um pouco antes disso”, conta.

PRIMEIRA VEZ

A estudante de agronomia, Ana Maria da Silva Moreira, será mesária voluntária nas eleições pela primeira vez. “Eu estou com 21 anos e já votei duas vezes. Decidi ser mesária por empatia, já que muitas pessoas que trabalhavam nessa função podem estar no grupo de risco e não seriam convocadas. Como envolve horas complementares na universidade, achei interessante ir. Além disso conta pontos na hora de prestar concursos públicos. Vou utilizar bastante isso”, destacou.

Na opinião da estudante, ser voluntário é pensar no próximo. Ela conta ainda que recebeu o treinamento on-line. "Li a parte teórica e depois assisti os vídeos. Foi bem fácil. O treinamento demorou quatro horas, mas a gente vai revendo os pontos que a gente tem mais dificuldade”, afirma.

Moreira conta que tem o apoio da família para ser mesária. “Quando eu era menor acompanhava meus pais quando eles iam votar. Eu era curiosa em relação ao trabalho dos mesários. Este ano eu decidi me inscrever”, lembra. “O dia da eleição representa para mim uma forma de melhorar o País com cidadania. É preciso ser consciente, mas acho que muitas pessoas deixarão de votar por conta da pandemia”, destaca.

Ao todo serão 3.932 mesários e 945 outros colaboradores, um contingente que totaliza 4.877 pessoas.

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