A aids se tornou pandêmica no início da década de 1980. Segundo dados do Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids), 77,3 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus até o final de 2017. Deste total, 35,4 milhões morreram.

Conforme aponta Marcelo Soares, doutor em genética, no livro “A Aids”, o HIV passou por muitos estudos e análises científicas. Receber o diagnóstico da infecção pelo vírus atualmente não traz os mesmos sentimentos e sensações que eram comuns nas décadas de 1980 e 1990.

É importante saber que HIV e a aids não possuem o mesmo significado. O HIV consiste no vírus que ataca o sistema imunológico e, portanto, afeta a capacidade que o organismo tem de se defender. O HIV é capaz de alterar o DNA das células e, assim, faz cópias de si para se multiplicar pelo sistema. A aids, entretanto, é a manifestação do HIV: é a doença de fato. Assim, é possível que uma pessoa que receba o diagnóstico de HIV positivo não tenha aids.

Com o desenvolvimento da ciência e da medicina, sabe-se que, atualmente, existem muitas maneiras de se prevenir do HIV. Métodos como a PreP (Profilaxia Pré-Exposição) e a PEP (Profilaxia Pós-Exposição) são alternativas para prevenir a doença além do conhecido preservativo masculino.

Mesmo com tantas inovações, o que muitas pessoas não sabem é que o tratamento para o HIV funciona, também, como prevenção. O TasP (Tratamento como Prevenção) leva em conta o consenso científico de que pessoas com HIV que realizam o tratamento corretamente e possuem a carga viral indetectável não transmitem o vírus adiante.

Apesar de importante, a informação, que é confirmada pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), uma das instituições de saúde mais respeitadas do mundo, não é muito divulgada. De acordo com Guilherme Maistro, médico ginecologista e obstetra, muitos profissionais da saúde não abordam o tema com seus pacientes por desvalorizarem o diálogo. “Nós temos, na nossa formação médica, muito pouco sobre o diálogo, sobre a conversa, sobre falar e ouvir. Por isso, esse assunto acaba sendo um tabu dentro do consultório”, aponta o médico.

Maistro afirma ainda que, para que um paciente esteja indetectável e, portanto, impossibilitado de transmitir o vírus, vários fatores devem ser levados em conta. “Nós analisamos, basicamente, a carga viral do paciente. Quanto maior a carga viral, mais alta a chance de transmissão. Quanto menor, mais baixa a chance”, declara.

Supervisão: Fernando Rocha Faro – Editor de Geral

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